O médico brasileiro que fazia parte da equipe que tentou salvar a vida da princesa Diana, Leonardo Esteves Lima, acha que há uma cobertura exagerada da imprensa sobre a vida dela e que "é impossível" acreditar na hipótese de que o acidente que a matou em 31 de agosto de 1997 foi premeditado. Para ele, há uma dificuldade para que as pessoas e a mídia admitam que ela morreu numa fatalidade como acontece com as pessoas diariamente.
"Eu não acredito que ela tenha morrido num crime premeditado. Acho isso impossível", diz. Inquérito da justiça britânica investiga a circunstâncias do acidente, inclusive a acusação de Mohamed Al-Fayed, pai de Dodi Al-Fayed, namorado de Diana que também morreu no acidente, de que o casal foi vítima de uma teorida da conspiração orquestrada pela inteligência britânica, que não queria que a princesa se casasse com Dodi.
O médico, que trabalha em Brasília e faz parte de uma equipe de cardiologistas que atende a cinco hospitais na Capital Federal, revela ainda que na França, durante o atendimento médico da princesa, não foi constatada a possível gravidez de Diana. "Nosso atendimento foi focado na emergência, na tentativa de salvar a vida da princesa. Na França nunca ouvimos falar dessa gravidez", salienta. Mohamed Al-Fayed também defende que Diana estava grávida de Dodi e que a Família Real Britânica seria contra a princesa Diana ter o filho de um muçulamano.
O cardiologista diz que acompanha as notícias sobre o inquérito sem muito entusiasmo. "Eu acompanho sem interesse especial. A diferença é que eu posso ver as notícias sobre o acidente e fazer o meu próprio juízo de valor", explica.
Lima lembra que, no dia do acidente, estava voltando do cinema e não conseguiu fazer o caminho tradicional para casa porque o acidente envolvendo Diana e Dodi já havia ocorrido. "Cheguei em casa e fui chamado às pressas para o hospital (Hospital Pitié Salpêtrière) para ajudar no salvamento. Chegando lá que seu soube de quem se tratava", comenta o cardiologista que era o único brasileiro numa equipe de aproximadamente 20 pessoas.
Segundo ele, o atendimento foi rápido, mas foi informado que a equipe de resgate teve muita dificuldade para retirar Diana das ferragens. "Quando ela chegou ao hospital já chegou muito mal. Ainda tentamos por cerca de duas horas salvá-la, mas não foi possível. Ela estava com uma hemorragia muito forte e, se tivesse sobrevivido, certamente ficaria com alguma seqüela", explica.
"Não esperava que o caso tivesse a repercussão que ainda tem. Ela era uma princesa, mas não imaginava que teria repercussão mundial. Um dia e meio depois fui para a Índia e fui testemunha da morte da Madre Teresa de Calcutá, que era amiga da princesa. Ela morreu uma semana depois e houvemuito menos repercussão na imprensa do que a Diana", compara o cardiologista.
Inquérito mostra últimas fotos
No inquérito iniciado em outubro, já testemunharam parazzi, pedestres e motoristas que passaram no local do acidente. O júri viu fotos inéditas da princesa e do local do acidento logo após a violenta colisão.
Os jurados viram inclusive a polêmica foto de Diana agonizante sendo atendida por um médico, tiradas por paparazzi. Imagens do sistema de segurança interno do hotel Ritz mostraram também os últimos momentos de intimidade de Dodi e Diana antes do acidente, além do segurança Trevor Rees-Jones e do motorist Henri Paulo bebendo em bar do local. Inquéritos anteriores sobre o acidente concluíram que o acidente foi uma fatalidade causada pela embriaguez do motorista.
Redação Terra