
Jato de Putin foi escoltado por bombardeiro B-2, avião 'invisível' que os EUA usaram para atacar Irã
Após chegar no espaço aéreo dos EUA, o avião Ilyushin Il-96 que transportava o presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi escoltado por caças e um bombardeiro B-2 — modelo construído nos EUA e operado apenas pela Força Aérea americana.
O B-2 Spirit, bombardeiro da Força Aérea dos Estados Unidos, é um dos veículos militares mais avançados do país.
Com tecnologia de ponta, ele é capaz de atravessar sistemas sofisticados de defesa aérea, além de conseguir atingir com precisão alvos fortificados.
O modelo ganhou os holofotes ao ser empregado em junho, para jogar bombas “destruidoras de bunkers” para destruir instalações do programa nuclear iraniano.
Com custo estimado em US$ 2,1 bilhões por unidade, o B-2 é o avião militar mais caro já produzido. Fabricado pela Northrop Grumman, ele começou a ser desenvolvido no fim dos anos 1980. A queda da União Soviética reduziu os planos do Pentágono, e apenas 21 unidades foram fabricadas.
O B-2 pode voar mais de 11 mil km sem reabastecimento. Com apoio aéreo, tem alcance global e já participou de operações saindo dos EUA com destino ao Afeganistão e à Líbia.
Com capacidade para transportar mais de 18 toneladas de armamentos, o bombardeiro pode lançar armas convencionais e nucleares, mantendo sua capacidade furtiva por armazenar todo o armamento em compartimentos internos.
A operação no Irã envolveu múltiplos reabastecimentos no ar e o revezamento dos dois pilotos no comando de cada aeronave. Voos assim tão longos, porém, trazem desafios para os tripulantes.
Por dentro de um bombardeiro furtivo
Em um programa para o canal Unconventional, da revista americana “Newsweek”, o jornalista Naveed Jamali teve a rara oportunidade de mostrar por dentro o B-2, com acesso aos hangares onde eles estão estacionados e à cabine, fazendo um voo de treinamento no bombardeiro. Jamali é um ex-militar americano e ex-agente do FBI.
Em sua visita à base de Whiteman, a 115 km de Kansas City, onde todos os B-2 ficam concentrados, o jornalista revela como as aeronaves são preparadas para as missões.
Cada bombardeiro tem seu próprio hangar, onde só é permitido entrar e filmar com autorização do Pentágono — um aviso no chão diz que “o uso de força letal é permitido” no local.
Dois tripulantes, 40 horas
A base aérea fica em uma região central dos Estados Unidos para que possa chegar em um tempo razoável tanto à Costa Leste quanto à Costa Oeste do país. No entanto, isso faz com que os bombardeiros fiquem baseados ainda mais longe dos seus alvos.
Por isso, é comum haver operações de reabastecimento em pleno ar. Além disso, é preciso garantir que os tripulantes se alimentem, e até façam suas necessidades, se preciso, durante as missões, que podem durar até 40 horas.
Segundo Jamali, os B-2 são equipados com um forno de micro-ondas na cabine para que o comandante da missão e o piloto não passem fome. O jornalista também descreveu que existe “uma espécie de banheiro químico” — além de equipamentos como urinol masculino, feminino e até uma espécie de fralda no equipamento de cada ocupante.
Eles também podem dormir, um de cada vez, em um espaço atrás dos assentos, estendendo um saco de dormir em um colchão inflável.
Não menos importante, Jamali também mostrou um pequeno aromatizador de ambiente, desses em formato de pinheiro, comuns em automóveis. O motivo é prosaico: as missões longas podem deixar a cabine com um cheiro ruim.
O jornalista aponta, por último, o desconforto causado pelos assentos, projetados para ejetar, se necessário.
