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Liga árabe condena decisão de Trump sobre Jerusalém

Os ministros consideraram "nula" tal medida e a qualificaram como "violação perigosa da legislação internacional e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU"

Liga árabe condena decisão de Trump sobre Jerusalém

Os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe pediram que o presidente americano voltasse atrás na decisão — Foto:Reprodução

Os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe expressaram neste domingo (10/12) sua firme rejeição à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e pediram que o presidente americano voltasse atrás na decisão.

Reunidos na sede da Liga Árabe, no Cairo, os ministros consideraram “nula” tal medida e a qualificaram como “violação perigosa da legislação internacional e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU”.

“Com a decisão, Trump legitima a ocupação de Jerusalém Oriental por Israel”, criticou o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupara e mais tarde anexara o leste de Jerusalém.

A iniciativa de Trump também gera “perguntas sobre o papel dos Estados Unidos e seu compromisso em fortalecer a estabilidade e a paz na região”, acrescentou Gheit, não apenas no Oriente Médio, mas em todo o mundo. Em resposta, a comunidade internacional deveria reconhecer a Palestina como Estado e Jerusalém Oriental como capital, pediu o secretário-geral.

No comunicado final do encontro, que foi convocado de maneira extraordinária pela Jordânia, os ministros salientaram que esta mudança na política dos EUA para o conflito palestino-israelense representa uma reviravolta “perigosa” que coloca Washington do lado da “ocupação” e que o afasta do seu papel como mediador.

O texto, que contém 16 pontos, foi aprovado após intensas discussões, informou a agência de notícias EFE. “O conselho solicita aos Estados Unidos que anule sua decisão sobre Jerusalém e que trabalhe com a comunidade internacional para que Israel se comprometa a aplicar as decisões internacionais e a pôr fim à ocupação ilegal e ilegítima de todos os territórios palestinos e árabes ocupados desde junho de 1967”, detalha o documento.

Sanções contra os EUA?

O Líbano sugeriu sanções dos Estados árabes contra os EUA para evitar a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém. “Devem ser tomadas medidas cautelares contra esta decisão”, disse o ministro das Relações Exteriores, Gebran Bassil. “Em primeiro lugar, devem ser medidas diplomáticas, e depois políticas, seguidas de sanções econômicas e financeiras”, disse. A Liga de Estados Árabes é formada por 22 países e as regiões autônomas palestinas.

Netanyahu na Europa
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, iniciou neste domingo uma viagem à França e à Bélgica, onde se encontrará com autoridades francesas e europeias. “Vou agora à Paris e a Bruxelas e me reunirei em Paris com o meu amigo, o presidente francês Emmanuel Macron, e depois em Bruxelas terei um importante encontro com os ministros europeus de Relações Exteriores. Nos últimos 22 anos, nenhum primeiro-ministro teve nenhum encontro assim. Eu dou grande importância à Europa. Respeito a Europa, mas não estou preparado para aceitar padrões duplos”, explicou ele antes de partir.

“Ouço vozes que criticam a declaração histórica do presidente (Donald) Trump, mas não ouvi nenhuma condenação do lançamento de foguetes contra Israel e da terrível incitação contra nós”, criticou.

Netanyahu, que também ocupa o posto de ministro de Relações Exteriores, acrescentou na nota: “Não aceitarei esta hipocrisia e, como sempre, inclusive neste importante fórum, representarei a verdade de Israel sem medo e com a cabeça erguida”.

Macron está entre os líderes que advertiram Trump contra a intenção de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, rompendo o consenso internacional e a postura histórica dos Estados Unidos de que o futuro de Jerusalém tem que ser decidido num acordo de paz entre israelenses e palestinos. A União Europeia é muito crítica com a política de colonização israelense nos territórios palestinos ocupados e é defensora de uma solução de dois Estados nas fronteiras estipulada entre as partes em 1967.

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