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Lula ataca EUA e diz que não houve soldado em Cuba com joelho em cima de um negro nos atos

"Você não viu nenhum soldado em Cuba com o joelho em cima do pescoço de um negro, matando ele", escreveu o ex-presidente.

Lula ataca EUA e diz que não houve soldado em Cuba com joelho em cima de um negro nos atos

Nesta terça, Lula condenou o bloqueio econômico dos Estados Unidos à ilha e minimizou os atos. — Foto:Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu nesta terça-feira à violência policial contra negros nos Estados Unidos para defender a legitimidade do governo cubano, alvo de protestos desde domingo (11).

“Você não viu nenhum soldado em Cuba com o joelho em cima do pescoço de um negro, matando ele”, escreveu o ex-presidente, em rede social, fazendo referência ao assassinato de George Floyd, homem negro morto pela polícia americana em 2020, o que gerou comoção global.

Os protestos contra o governo cubano começaram no domingo e foram recebidos com repressão, com pelo menos 100 manifestantes, ativistas e jornalistas presos, segundo a agência Reuters, inclusive uma repórter espanhola, que escreveu sobre os atos para o jornal espanhol ABC.

Nesta terça, Lula condenou o bloqueio econômico dos Estados Unidos à ilha e minimizou os atos.

“O que está acontecendo em Cuba de tão especial pra falarem tanto?! Houve uma passeata. Inclusive vi o presidente de Cuba na passeata, conversando com as pessoas. Cuba já sofre 60 anos de bloqueio econômico dos EUA, ainda mais com a pandemia, é desumano. Já cansei de ver faixa contra Lula, contra Dilma, contra o Trump… As pessoas se manifestam.”

Cuba sofre sanções econômicas dos Estados Unidos desde 1960, após a Revolução Cubana expulsar os americanos da ilha, e foi mantido durante a Guerra Fria para tentar sufocar o governo comunista, apoiado pela União Soviética.

O embargo não tem respaldo internacional. Em junho deste ano a ONU condenou o embargo pela 29ª vez, com 184 países contra o bloqueio, e somente Estados Unidos e Israel a favor — o Brasil se absteve.

“O [presidente Joe] Biden deveria aproveitar esse momento pra ir a televisão e anunciar que vai adotar a recomendação dos países na ONU de encerrar esse bloqueio”, escreveu Lula, que afirmou que a ilha seria um país mais desenvolvido economicamente se as sanções fossem encerradas.

“Se Cuba não tivesse um bloqueio, poderia ser uma Holanda. Tem um povo intelectualmente preparado, altamente educado. Mas Cuba não conseguiu nem comprar respiradores por causa de um bloqueio desumano dos EUA”, disse.

“Os americanos precisam parar com esse rancor. O bloqueio é uma forma de matar seres humanos que não estão em guerra. Do que os EUA tem medo? Eu sei o que é um país tentando interferir no outro”, continuou.

Nos Estados Unidos, os protestos foram elogiados pelo presidente americano. “O povo cubano está bravamente protestando por direitos fundamentais e universais. Esses direitos, incluindo o direito a protestar pacificamente e o direito a determinar livremente seu próprio futuro, deve ser respeitado”, disse Joe Biden em comunicado na segunda-feira (12). “Os EUA pedem ao regime cubano que, em vez de enriquecerem, escute o povo e atenda às suas necessidades””, disse o comunicado.

Os governos Lula (2003-2010) e, depois, Dilma (2011-2016), foram importantes pilares de sustentação internacional do regime cubano, que havia sido fortemente afetado pelo fim da União Soviética, em 1991, quando a ilha começou a sofrer com desabastecimento.

O Brasil fez investimentos na ilha, como o financiamento da construção do Porto de Mariel, um dos símbolos dessa relação, e contratou médicos cubanos para atuar pelo programa Mais Médicos, parceria encerrada assim que o presidente Jair Bolsonaro venceu a eleição, em 2018.

Além do Brasil, a ascensão de Hugo Chávez na Venezuela, em 1999, também foi importante economicamente para a ilha, sobretudo nos momentos de bonança econômica do país sulamericano.

Já a direita brasileira condena o regime cubano e aproveitou as manifestações desta semana para pedir a queda do presidente Miguel Díaz Canel.

O presidente Bolsonaro, por exemplo, questionou a repressão. “Foram pedir, além de alimentos, eletricidade. Foram pedir… Pediram mais uma coisa. Por último, em quarto lugar, pediram liberdade. Sabe o que eles tiveram ontem? Borrachada, pancada e prisão”, afirmou a apoiadores na segunda-feira.

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