Músico

Morre Jimmy Cobb, o mítico baterista de ‘Kind of blue’, de Miles Davis

Ele foi o último sobrevivente de uma equipe que se completava com o saxofonista John Coltrane, o baixista Paul Chambers, Julian Cannonball Adderley, no saxofone alto, e Bill Evans, ao piano.

Morre Jimmy Cobb, o mítico baterista de 'Kind of blue', de Miles Davis

A causa da morte do baterista não foi divulgada. — Foto:Reprodução

O músico Jimmy Cobb morreu nesta segunda-feira aos 91 anos. Nascido Wilbur James Cobb, o baterista teve uma longa e prolífica carreira, que incluiu gravar com Miles Davis “Kind of blue”, o álbum mais vendido na história do jazz e um verdadeiro marco da cultura popular. Ele foi o último sobrevivente de uma equipe que se completava com o saxofonista John Coltrane, o baixista Paul Chambers, Julian Cannonball Adderley, no saxofone alto, e Bill Evans, ao piano. A causa da morte do baterista não foi divulgada.

A história do relacionamento de Cobb com Davis começa no início de 1955, quando o baterista se estabeleceu em Nova York em busca de oportunidades e começou a fazer um lugar para si no mundo do jazz. Logo passou a trabalhar com Davis, em um relacionamento que culminou na gravação de “Kind of blue”. Além do trompetista, Cobb também trabalhou com John Coltrane, Cannonball Adderley, Wes Montgomery, Dizzy Gillespie, Dinah Washington e Pearl Bailey e outros grandes nomes do jazz.

Todd Barkan, um estudioso do gênero musical, responsável pela programação de jazz no Lincoln Center de 2004 a 2012 e atualmente à frente do Keystone Korner Baltimore, um dos últimos lugares em que Cobb tocou, foi um dos primeiros a confirmar a notícia, em seu perfil do Facebook.

Em entrevista ao EL PAÍS em 2007, Cobb contou como foi a gravação de “Kind of blue” em 1959: “Para mim, foi uma sessão como qualquer outra. Lembro que fui o primeiro a chegar ao estúdio, coloquei a bateria e esperei que os outros chegassem (…). Eu, de certa forma, toquei como todo mundo naquela época, embora do meu jeito, é claro. Comecei a tocar o estilo Philly Joe porque pensei que era o que Miles queria, até que percebi que não precisava, o que foi um alívio”.

Quando perguntado sobre o sucesso de um dos discos de jazz mais vendidos da história, ele acrescentou: “Acho que estávamos no lugar certo na hora certa, não sei. Você precisa levar em conta o que estava acontecendo quando a gravamos. Bebop se tornou uma coisa muito complicada, todo mundo tocando as mesmas peças, os mesmos padrões. Então Miles apareceu fazendo exatamente o oposto, mas era assim que ele fazia as coisas … “Kind of blue” gerou um tipo de movimento social. Todo mundo estava ouvindo o mesmo e sentindo o mesmo. É provavelmente por isso que o álbum continua vendendo e porque as pessoas ainda o escutam.”

Cobb passou por problemas financeiros na parte final de sua vida. Em janeiro de 2020, quando completou 91 anos, sua filha iniciou uma campanha de arrecadação para pagar despesas médicas não cobertas pelo seguro de saúde.

 “Como um homem humilde, que sempre foi a força de sua família e de sua comunidade (Cobb), nunca iria reclamar ou pedir ajuda, mas para cuidar dele, nossa família tem sérias necessidades”, disse sua filha mais velha em seu apelo. Ele costumava brincar sobre o impacto de seu trabalho com Davis: “Se eu soubesse, teria me tornado rico e Davis, que gostava muito de ferraris, teria pedido mais”, disse ele em San Sebastián em 2012, quando recebeu o prêmio honorário do festival.

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