Turistas e moradores ficaram assustados quando Sessho-seki, “pedra da morte”, foi encontrada partida em dois pedaços, no último sábado (5), em Nasu, no Japão. O local recebe turistas diariamente em suas montanhas vulcânicas.
O motivo do medo: um espírito aprisionado no local teria se libertado e estaria vagando livre no Japão.
A lenda local
Segundo as crenças locais, a Sessho-seki é o corpo transformado de Tamamo-no-Mae, uma figura mitológica do Japão. Nas lendas, Tamamo-no-Mae, espírito de uma raposa de muitas caudas, assume a forma de uma bela mulher para se infiltrar na corte de governantes e induzi-los ao caos.
Segundo o astrólogo Abe no Yasuchika, Tamamo-no-Mae participou da conspiração para matar o Imperador Toba, de 1107 a 1123. A mulher teria sido uma das cortesãs que usou artifícios para deixá-lo doente.
Após ser vítima da entidade, o imperador enviou homens para matá-la, mas ela se refugiou, se transformando na pedra que hoje se tornou o ponto turístico em Nasu.
Segundo a mitologia, a rocha passou a liberar um gás venenoso que matava tudo o que tocava. Outra parte da lenda diz que um monge budista exorcizou e destruiu Tamamo-no-Mae, mas muitos japoneses não consideram esse trecho da história, e a pedra, situada em Nasu, é considerada o objeto real da lenda.
Conhecendo a história, é possível entender o temor da população: muitos acreditam que o espírito da raposa de muitas caudas está livre e vagando novamente pelo Japão.
Explicação
o Centro de Informações Turísticas da cidade de Nasu disse, jornal Yomiuri Shimbun, acreditar que a pedra se partiu porque estava rachada há algum tempo, o que facilitou a infiltração de água e enfraqueceu sua estrutura.
“É natural, então não pode ser evitado, mas é uma pena porque é um símbolo da história local”, disse Masaharu Sugawara, presidente da Kogen Yumoto Guide Club, uma organização voluntária que fornece informações para turistas.
O local é registrado como território histórico desde 1957 e faz parte da cultura japonesa. A sessho-seki é citada no livro “A Estrada Estreita para o Norte Profundo”, relato de viagem de Matsuo Bashô, poeta que viveu de 1644 a 1694 e é lido até hoje em todo o mundo.