Falta medicamentos

Déficit mensal do Napoleão Laureano é de R$ 1,5 milhão e direção pede socorro

Atualmente, 280 pessoas estão na fila da radioterapia. Ainda não se sabe quantas outras esperam pela quimioterapia.

Déficit mensal do Napoleão Laureano é de R$ 1,5 milhão e direção pede socorro

Direção concedeu entrevista coletiva para informar problemas — Foto:Walla Santos/ClickPB

O sofrimento dos pacientes do Hospital Napoleão Laureano, referência no tratamento de câncer na Paraíba, parece estar longe de acabar. Com um déficit de R$ 1,5 milhão por mês, a unidade filantrópica não consegue respirar financeiramente sem a ajuda das prefeituras, do Governo do Estado e, também, a doação dos cidadãos. O hospital não está recebendo recursos nem do Governo do Estado nem das Prefeituras de João Pessoa e de Campina Grande, o que fez a direção pedir socorro.

Essa semana a redação do ClickPB recebeu denúncias de familiares e pacientes que estão com seus tratamentos parados devido a falta de medicamentos no Laureano. Segundo os denunciantes, os pacientes com câncer estão impedidos de realizar quimioterapia e outros tratamentos. Ao todo, quatro medicamentos estão em falta: Genuxal, Anastrazol, Ciclofosfamida, Xeloda. 

Após a repercussão da matéria, a direção do hospital concedeu um entrevista coletiva nesta sexta-feira (23) para explicar o que de fato tem ocorrido lá que tem paralisado o tratamento dos pacientes.

“Estamos precisando de convênio para ajudar na manutenção do hospital. Aqui vem paciente de todo o Estado da Paraíba. É preciso que todas as prefeituras e o Estado ajudem”, apelou.

O presidente admitiu que está sendo feita uma reforma estrutural no hospital com recursos advindos de emendas parlamentares, mas que esses recursos não podem ser destinados à compra de remédios. “Os deputados destinam emendas, mas as emendas são para manutenção, nós não podemos comprar medicamentos como esses recursos”, esclareceu o presidente da Fundação Napoleão Laureano, Carneiro Arnaud.

Atualmente, 280 pessoas estão na fila da radioterapia. Ainda não se sabe quantas outras esperam pela quimioterapia. São 300 pacientes em tratamento. “Apelamos para que a generosidade cresça no sentido de cada dia ajudar mais. Estamos de portas abertas para trabalhar os 365 dias do ano”, falou Carneiro Arnoud.

Ele disse que o problema não é incompetência, é deficiência financeira. Questionado sobre as perspectivas de sanar a falta de medicamentos, ele afirmou que a solução é obter os recursos necessários para cobrir as despesas. “Enquanto nós não tivermos recursos financeiros, o fornecedor do medicamento não fornece”, acrescentou Carneiro Arnaud.

Raio-X do Laureano      

De acordo com a direção do Napoleão Laureano, 94% dos pacientes atendidos no hospital são do Sistema Único de Saúde (SUSU). O restante são provenientes de convênios ou atendimentos particulares.

Carneiro Arnoud informou, ainda, que 72% dos casos de câncer da Paraíba são atendidos pelo Laureano.

Mesmo diante dos números e da necessidade de recursos, desde 2010 a tabela de preços do SUS não é atualizada. Para se ter uma ideia, o SUS paga apenas R$ 5,70 por uma radiografia de tórax. 

Número de atendimentos pelo SUS em 2018

Mais de 192,3 mil pessoas foram atendidas no ambulatório do Laureano em 2018. Foram 5.332 internações, 5.705 cirurgias adulto e pediátrica. Ao todo, 34.807 quimioterapias foram realizadas e 187.898 radioterapias.

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