A dificuldade que as mulheres têm para pedir ajuda acabam atrapalhando o combate à violência doméstica na Paraíba durante o isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus. A juíza Graziela Queiroga, coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), concedeu entrevista nesta terça-feira (28) ao portal ClickPB, onde falou um pouco do trabalho que está sendo realizado nesta quarentena.
Ela relata que a cultura machista e o isolamento social fez crescer os números da violência doméstica e apesar dos registros no Estado ter mostrado diminuição, a Rede de Proteção das Mulheres têm se preocupado e criado ainda mais canais para que as vítimas possam denunciar os agressores.
Além dos números 180, 190 e 197 que podem ser utilizados para pedir socorro, o Tribunal de Justiça em parceria com o Governo do Estado disponibilizou que a prorrogação de Medidas Protetivas sejam feitas pela internet ou telefone com canais remotos para as mulheres renovarem essas medidas em casos de violência.
Outra iniciativa é o Boletim de Ocorrência Online, que pode ser acessado por qualquer pessoa pelo www.delegaciaonline.pb.gov.br. Através desse endereço, a mulher pode denunciar casos como as cybers violências, que são tipos de violência praticadas contra alguém através da internet (mídias sociais) ou de outras tecnologias relacionadas. Um dos crimes mais denunciados é a pornografia de vingança, que trata do compartilhamento de fotos e/ou vídeos íntimos pela internet, sem autorização da vítima, com o propósito de causar humilhação, consequentemente a violência psicológica e moral.
A juíza também destacou a importância das mulheres terem uma rede de apoio através de amigas, vizinhos e familiares e que só com esse empoderamento ela quebrará esse ciclo machista que fomenta a violência doméstica. “Busquem ajuda, não fiquem calada”, resumiu.
A entrevista completa com a juíza pode ser conferida no instagram.com/portalclickpb, a área dos Stories/Ao vivo.