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Equipamentos para vigilância de vulcão que pode provocar Tsunami na PB são roubados

O Instituto Tecnológico de Energias Renováveis ​​(ITER), em Tenerife, denunciou hoje o roubo de instrumentos que servem para o monitoramento de vulcão Cumbre Vi

Equipamentos para vigilância de vulcão que pode provocar Tsunami na PB são roubados

O Instituto Tecnológico de Energias Renováveis ​​(ITER), em Tenerife, denunciou hoje o roubo de instrumentos que servem para o monitoramento de vulcão Cumbre Vieja em La Palma, a mais ativa das Ilhas Canárias. O ato de vandalismo pode colocar em risco o programa de vigilância vulcânica na ilha.

Como indicado pelo órgão, em um comunicado, o aparelho ficava em uma estação de geoquímica, tendo sido colocado permanentemente em La Palma desde janeiro de 2000 para monitorar o vulcão Cumbre Vieja, o mesmo funcionava fazendo um registro contínuo das emissões de gases vulcânicos não são visíveis a olho nu nos últimos 11 anos, em particular da emissão difusa de dióxido de carbono (CO2), um importante parâmetro para o monitoramento do vulcão.

O custo do equipamento é de cerca de 35.000 euros.

O vulcão Cumbre de Vieja é apontado como possível responsável por uma tragédia futura de grandes dimensões, que resultaria em uma Tsunami no Oceano Atlântico, atingindo inclusive o litoral brasileiro e mais especificamente os estados da Paraíba e Pernambuco.

Recentemente o ClickPB fez uma entrevista com um geógrafo que acompanha o caso desde 2007, leia.

“Não estamos deitados em berço esplêndido”. Com esta frase o geógrafo, Paulo Rosa, fez um alerta estarrecedor, tratando da possibilidade de um tsunami (onda gigante) atingir o litoral paraibano.

Professor de Geociências da UFPB (Universidade Estadual da Paraíba), na cidade de João Pessoa, Paulo revelou que em 2007 foi procurado por pesquisadores ingleses que monitoram a atividade vulcânica na Ilha de La Palma, no arquipélago das Canárias, onde o vulcão Cumbre Vieja é o grande motivo de preocupação, já que se entrar em erupção pode provocar um desmoronamento de grandes proporções no oceano Atlântico, resultado em ondas que poderiam “viajar” em uma velocidade de até mil quilômetros por hora (em um ângulo de 360º), atingindo o litoral nordestino, apenas 8 horas após o início da catástrofe.

O aumento da preocupação global com possível desastre é o fato de que nas últimas semanas dezenas de tremores de terra de pequena magnitude vêm ocorrendo nas Ilhas Canárias, podendo, segundo alguns pesquisadores, indicar uma retomada da atividade vulcânica na região.

O Comité Científico do Plano Especial de Proteção Civil e Emergência de Risco Vulcânico, nas Ilhas Canárias (PEVOLCA), se reuniu na semana passada na ilha “El Hierro” para avaliar o aumento da atividade sísmica registada. Para que se tenha uma ideia da seriedade do fato, o Instituto vulcanológico das Canarias enviou uma equipe de especialistas para conduzir um estudo de emissões em toda região, a fim de fornecer informações adicionais sobre essa anomalia sísmica detectada.

Falta de estrutura para pesquisa é maior problema

“Desde 2007 estamos tentando um convênio entre UFPB, Ministério da Ciência e Tecnologia, Marinha do Brasil e Governo do Estado, mas até hoje nada aconteceu”, desabafa o professor, que torce para que o governador, Ricardo Coutinho, busque o governo federal para viabilizar uma estrutura que possa monitorar as marés.

Rosa alertou ainda que é necessário que seja criado um plano de evacuação das cidades do litoral paraibano para que, no caso de um tsunami, vidas humanas não sejam perdidas. “Imaginemos que esta onda tivesse apenas um metro e a mesma ocorresse em uma maré 2.8, teríamos uma onda de quase 4 metros de altura e a maior parte do litoral paraibano não está mais de 3 metros acima do nível do mar”, avaliou.

O problema é que segundo pesquisas recentes no Reino Unido, as ondas geradas por este desastre podem passar dos 30 metros, mas sobre estes números Paulo Rosa desconversa. “Não posso afirmar nada disso sem dispor do equipamento adequado para que possamos fazer as projeções necessárias. Já houve um caso de ondas de mais de 30 metros atingindo o Canadá, justamente por um deslocamento de terra, mas é impossível fazer esta previsão sobre o Brasil, se não temos a estrutura mínima para os estudos”.

Existe proteção?

O que poderia proteger os brasileiros, mais especialmente os habitantes do litoral nordestino de uma tragédia dessa magnitude? Segundo o professor Paulo, a natureza é a grande defesa do nosso litoral, através dos arrecifes e mangues, mas com a destruição deste ecossistema por parte da sociedade, que a cada dia ocupa uma faixa de terra mais próxima do mar, a tendência é que o tsunami não encontrasse nenhuma resistência, provocando um desastre incalculável.

“Precisamos preservar os mangues e os arrecifes por diversos motivos e este caso de uma onda gigante é apenas mais uma das razões”, refletiu.

O que é a estrutura adequada?

Segundo o professor Paulo Rosa, a estrutura adequada para o monitoramento das marés e demais pesquisas relacionadas a esta área em João Pessoa, em 2007, ficaria por volta de R$ 14 milhões, custo estimado na época em que se cogitou a assinatura de um convênio. Um valor bastante pequeno, se considerarmos, por exemplo, os custos da Estação Ciência (obra arquitetônica localizada em João Pessoa), no Cabo Branco cujo valor passa dos R$ 47 milhões.

“Seria necessária a construção de um prédio com uma estrutura moderna e um supercomputador. Além de estações oceanográficas que seriam espalhadas por todo o litoral”, explicou.

Um navio da Marinha do Brasil ainda seria incluído no projeto, para auxiliar nas pesquisas.

Existe motivo para pânico?

Não existe motivo para pânico, segundo o professor. Apesar de não se saber quando ocorrerá esta catástrofe, o ideal é fazer o monitoramento do oceano e preparar a população para o caso de uma tsunami, com informação e um plano de evacuação. “Toda uma população tentando deixar o litoral por uma única BR é algo impraticável”, arrematou Paulo Rosa.

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