O Grupo Amigos da Barreira, formado por profissionais de diversas áreas com o objetivo de discutir e estimular ações para a preservação da barreira do Cabo Branco se mostram contra de contenção realizado pela atual gestão da prefeitura de João Pessoa, e vão criar fórum para debater o assunto. De acordo com a representante do Grupo, Lígia Tavares, o projeto não foi realizado por especialistas, não passou por critérios e não seguiu a tramitação legal de licenciamento ambiental.
Lígia afirma que em 2011 uma equipe formada pelos maiores especialistas em dinâmica costeira do nordeste realizou um projeto que levou dois anos de estudos para chegar a um trabalho de menor impacto para a paisagem e o meio ambiente, “mas a atual gestão da prefeitura resolveu engavetar esse projeto para contratar em caráter de urgência, sem licitação, um projeto realizado por apenas uma pessoa, que não é especialista, e sim um empresário”, explicou.
O Grupo discorda do projeto exatamente por entender que estudo deve ser feito por especialistas. Segundo o grupo, a escolha do projeto não passou por critério nenhum e não houve discussão com a sociedade, além de não ter sido feito dentro da legalidade.
O professor do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, Ricardo Lombardi, também integrante do Grupo Amigos da Barreira, disse que o grupo já fez uma representação junto ao Ministério Público Federal demostrando a situação do projeto. E que também já participaram de diversas discussões com o Ministério Público Estadual, em que a prefeitura esteve apresentando o novo projeto para contensão da erosão da falésia do Cabo Branco.
Ele informou ainda, que o grupo está criando um fórum que objetiva aproximar a sociedade paraibana e os setores públicos, técnico-científico e administrativo para discutir o processo de revitalização da barreira do Cabo Branco.
A Prefeitura de João Pessoa apresentou em março deste ano, um projeto de proteção, revitalização e contenção da erosão da falésia do Cabo Branco para a execução da primeira etapa do projeto, serão investidos cerca de R$ 12 milhões. O investimento total previsto é de R$ 60 milhões. O projeto de engenharia consiste na execução das obras de quebra-mares, proteção do sopé da falésia, drenagem pluvial e pavimentação de vias. A alternativa escolhida foi a construção de oito quebra-mares paralelos à costa, totalizando uma extensão de aproximadamente 2.600 metros.
Atualmente a barreira possui diversos pontos de erosão e foi interditada em novembro do ano passado de forma emergencial para não colocar em risco a população que passa pelo local.