
Idoso de 85 anos é internado em Campina Grande em estado grave após ataque de abelhas
Um idoso de 85 anos está internado no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, em estado grave após sofrer um ataque de abelhas.
Na manhã de hoje, por volta das 5h, a vítima do sexo masculino, 85 anos, deu entrada na unidade hospitalar procedente da cidade de Queimadas.
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O idoso veio conduzido por ambulância do SAMU e passou por procedimento médicos de emergência e segue internado na área vermelha. Seu quadro clínico é grave.
O médico Henry Leite relatou que o idoso foi vítima de múltiplas picadas de abelhas e sofreu um choque anafilático.
“É um quadro de hipotensão arterial severa, em virtude da grande quantidade de toxinas que esse paciente acabou recebendo por causa dessas picadas. É um paciente que vai receber intervenções, no momento, em ambiente de área vermelha”, relatou.
O médico explicou ainda que o paciente corre o risco de apresentar um quadro de insuficiência respiratória grave, necessidade de intubação e de ventilação mecânica.
O profissional de saúde orienta que, em todo caso de picada, o paciente seja levado a um serviço de referência, caso apresente sintomas generalizados em decorrência da picada, como cansaço, sensação de garganta fechada, dor de cabeça, náuseas e vômitos.
“A recomendação, caso as pessoas que estejam em contato com esse paciente não saibam que fazer a remoção adequada desses ferrões, é que o paciente seja levado o mais rápido possível para um ambiente de assistência médica para que a gente consiga retirar sem que haja mais inoculação de toxina e veneno dessas abelhas”, detalhou.
Picadas de abelha
Abelhas são insetos da ordem Hymenoptera, assim como as vespas e as formigas. Algumas espécies são conhecidas por produzirem o mel e viverem em colônias, com uma organização hierárquica com uma rainha, alguns machos férteis e milhares de operárias fêmeas.
As abelhas operárias são as responsáveis pela defesa da colônia. Ao picar, elas perdem parte do aparato inoculador, morrendo em seguida.
Este aparato possui músculos próprios e continuam injetando a peçonha mesmo após a separação do resto do corpo.

Próximas a um enxame, as primeiras abelhas, ao picar, liberam um feromônio que faz com que outras ataquem o mesmo alvo, podendo ocasionar acidente com centenas de picadas.
Entre os 5 principais tipos de acidentes por animais peçonhentos, o acidente por abelhas é o único que não possui um soro específico para o tratamento no Brasil, porém há estudos acerca de sua produção.

O quadro de intoxicação varia pela quantidade de veneno aplicado e pela susceptibilidade em relação a uma reação alérgica ao veneno.
Um indivíduo pode ser picado por uma a milhares de abelhas. No caso de poucas picadas, o quadro clínico pode variar de uma inflamação local até uma forte reação alérgica (choque anafilático). No caso de múltiplas picadas pode decorrer uma manifestação tóxica mais grave e, às vezes, até mesmo fatal.
Para o tratamento das manifestações tóxicas ocasionadas por uma ou poucas picadas, recomenda-se a retirada dos ferrões e a utilização de compressas frias e analgésicos para o alívio da dor. Nos casos de picadas massivas, utiliza-se anti-inflamatórios não-hormonais e anti-histamínicos, e corticosteroides sistêmicos para tratar edemas extensos.
Nos casos onde ocorrem hemólise intravascular, rabdomiólise, necrose tubular aguda e colapso respiratório e cardiovascular, o tratamento apropriado deve ser estabelecido na maior brevidade.
Não há exames específicos para o diagnóstico. O diagnóstico dos acidentes provocados por abelhas é feito, basicamente, através da história clínica, e a gravidade dos pacientes deverá orientar os exames complementares. Exames de urina tipo I e hemograma completo podem ser os utilizados para a detecção dos quadros sistêmicos. (Ministério da Saúde)
