
Segundo a diretora geral do Complexo, Andrezza Ribeiro, a ação faz parte do processo de desconstrução do modelo manicomial e efetivação de uma nova forma de atenção psicossocial, onde são priorizadas a atenção integral e inserção social desses indivíduos. — Foto:reprodução
O complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, liberou o último paciente que vivia em tratamento no local. W.G.P., de 58 anos, que tem diagnóstico de esquizofrenia, passou quase a vida toda em hospitais psiquiátricos, sendo dois anos e três meses no Juliano Moreira. Agora, com a desinstitucionalização, seu tratamento terá continuidade na comunidade terapêutica, onde será reinserido no convívio com a sociedade.
De acordo com Iaciara Mendes, coordenadora estadual da saúde mental, em entrevista ao ClickPB, neste domingo (8), as urgências e internações temporárias continuam normalmente.
“Trabalhamos para conseguir evitar ao máximo internação e que esses usuários sejam apenas atendidos nos Caps e procurem a internação em último caso”, explicou.
Segundo dados do Juliano Moreira, no ano de 2020, foram desinstitucionalizados 12 pacientes. Em 2021, foram seis internos, sendo que um deles retornou para o convívio familiar. Os encaminhamentos foram para os serviços de acolhimento oferecidos pela Rede de Saúde: Residências Terapêuticas, Residências Inclusivas e Casas de Acolhida.
A diretora geral do Complexo, Andrezza Ribeiro, explica que a ação faz parte do processo de desconstrução do modelo manicomial e efetivação de uma nova forma de atenção psicossocial, onde são priorizadas a atenção integral e inserção social desses indivíduos. Tudo isso com base na Reforma Psiquiátrica, instituída com a Lei 10.216/01.
Para ela, dentro do processo de humanização do cuidado e na política de desinstitucionalização da atenção em saúde mental, o usuário é recebido por uma equipe multiprofissional, formada por psicólogos, assistentes sociais, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, educadores físicos e ainda são oferecidas práticas terapêuticas, como yoga, recreação, auriculoterapia, ventosa, entre outras.
“Dessa forma, a nossa intenção é devolver a dignidade da pessoa humana, reestruturando os vínculos fragilizados, resgatando o compromisso com a inclusão social e autonomia dos mesmos”, disse.
A coordenadora da Comissão de Desinstitucionalização do Complexo, Ângela Sátiro, destaca que o trabalho da equipe multiprofissional, além de buscar a inclusão do usuário na sociedade, faz com que a população o aceite como cidadão. “Sem preconceitos, sem medos e sem estigmas”, frisou.