O vereador Geraldo Amorim (PDT), juntamente com representantes do Sindicato da Polícia Federal e Servidores do Judiciário da Paraíba, apresentaram na tarde desta quinta-feira (24), à procuradora Janete Ismael, do Ministério Público Estadual, uma solicitação de providências para barrar a realização da “Marcha da Maconha” em João Pessoa.
Segundo Janete Ismael, a solicitação será encaminhada para apreciação do Ministério Público, no entanto, a procuradora acredita que o órgão não poderá tomar as providências solicitadas por Amorim, uma vez que os organizadores do evento até o presente momento não revelaram seus nomes ou endereços.
“Não podemos permitir a realização de um evento onde os participantes não revelam seus nomes ou rostos, sobretudo porque o artigo 5º da constituição diz que é livre a liberdade de expressão, sendo vedado o anonimato”, lembrou Amorim.
Francisco Galdino, representante do Sindicato da Polícia Federal, intitulou o evento como uma causa mascarada, e considerou um absurdo a realização da marcha, pois será inevitável impedir a presença de jovens e crianças que ainda estão formando seu caráter.
Galdino lembrou que caso o evento venha a se confirmar na capital paraibana, oficiais da Polícia Federal estarão presentes filmando os participantes e coibindo o uso e o tráfico do entorpecente.
O evento
No primeiro final de semana de maio, milhares de pessoas em todo o mundo sairão às ruas em mais de 200 cidades para lembrar a luta política contra a proibição injusta que tornou ilegal o cultivo de plantas da espécie Cannabis Sativa em quase todos os países do mundo.
O Coletivo Marcha da Maconha está apoiando eventos em 12 cidades em todo o país. O dia 4 será marcado com caminhadas em clima de descontração, música, concursos de fantasias, distribuição de material informativo e espaço para manifestações artísticas, performances e outras expressões culturais. Além disso, do dia 4 até o dia 9 de maio em diversas cidades ocorrerão também debates, palestras, seminários, exibições de documentários e outros tipos de eventos para discutir diversos aspectos relacionados ao tema, principalmente ligados às leis e políticas públicas sobre drogas.
A Marcha da Maconha Brasil não é um evento de cunho apologético, nem seus organizadores incentivam o uso de maconha ou de qualquer outra substância ilícita. Respeitamos as Leis e a Constituição do país do qual somos cidadãos e procuramos respeitar não só o direito à livre manifestação de idéias e opiniões, mas também os limites legais desse e de outros direitos civis.
O objetivo do Movimento é possibilitar que todos os cidadãos brasileiros possam se manifestar de forma livre e democrática a respeito das políticas e leis sobre drogas do país, ajudando a fazer do Brasil um verdadeiro Estado Democrático de Direito. Com essas atividades procuramos tão somente ajudar a fazer com que essas leis e políticas possam ser construídas e aplicadas de forma mais transparente, justa, eficaz e pragmática, respeitando a cidadania e os Direitos Humanos.
Acreditamos que já é hora de discutir reformas mais concretas nas políticas e leis sobre a planta e seu uso, de forma a incluir os dados científicos mais atuais e contando com uma maior participação da sociedade civil.
Thiago Moraes
ClickPB
Foto: Wallison Santos