
Os trabalhadores da construção civil encerraram as paralisações grevistas nesta quarta-feira (18), após quase dois dias de paralisações devido ao estado de greve deflagrado em assembleia geral. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Pesada e do Mobiliário de João Pessoa e Região (Sintricom – JP), Francisco Demontier, em entrevista ao programa Arapuan Verdade, o fim da greve foi motivado pelo processo judicial que corre na Justiça da Paraíba para agilizar o pagamento do reajuste, retroativos e demais direitos previsto em acordo feito com as empresas em abril desse ano.
“Apesar de todos os esforços realizados para garantir o cumprimento do acordo firmado no CEJUSC no dia 04 de abril, o SINDUSCON, segue descumprindo a negociação feita, motivo pelo qual, a diretoria do Sintricom, por meio de sua assessoria jurídica, ingressou com uma ação de cumprimento do acordo firmado no CEJUSC. Com isso, encerramos o movimento de greve e aguardamos agora o pronunciamento do Tribunal Regional do Trabalho”, explicou o sindicalista.
De acordo com Demontier, a tentativa das empresas em não cumprir o reajuste salarial, o pagamento dos retroativos e as demais assistências aos trabalhadores da construção civil representa “afronta não apenas a equipe de negociação, mas também todas as instituições envolvidas no processo de negociação”. “Pior ainda é a tentativa de se apropriar dos valores retroativos dos operários que recebem por produção. Isso não é apenas imoral, é cruel!”, reforçou.
Segundo ele, o acordo celebrado em abril previa reposição salarial de 7,51%, melhorias na cesta básica, reforço no café da manhã e a negociação da jornada de trabalho em conjunto com o Sindicato. No entanto, o Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-PB) voltou atrás e se recusou a implementar as cláusulas firmadas. “Quinze dias após o acordo, o Sinduscon simplesmente ignorou os compromissos assumidos diante da Justiça do Trabalho e se recusou a cumprir o que foi acordado”, esclareceu Demontier.
Acordo mediado pela Justiça e Ministério Público
O Sintricom-JP explicou ainda que a greve foi deflagrada após o não cumprimento de um acordo coletivo firmado entre trabalhadores e o setor patronal em abril deste ano, feito formalmente na presença de uma juíza do trabalho e de um procurador do Ministério Público do Trabalho.
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