Uma das instituições que mais sentiu o impacto dos cortes no orçamento da Capes foi a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O programa campeão de cortes, com 50 bolsas canceladas, foi o de engenharia química, que tem nota 3. Além desse, outros 21 programas da instituição perderam bolsas. O total de cortes chegou a 218 na instituição.
Em todo o país, mestrados e doutorados em engenharia, por exemplo, perderam 959 bolsas, o maior volume. Na sequência, aparecem educação, com 241 cortes, e medicina, cujos programas tiveram 232 bolsas cortadas.
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O pró-reitor de pós-graduação da UFCG, Benemar Alencar de Souza, diz que o contexto de cada universidade foi ignorado pelo governo. A UFCG foi criada em 2002 a partir do desmembramento da UFPB (Universidade Federal da Paraíba).
“Esse programa de engenharia química é antigo, mas foi a partir dele que surgiram outros dois programas de pós, em engenharia de processos e de materiais”, diz.
“O programa não teve tempo de se reestruturar, e a Capes não levou isso em conta.”
Em maio de 2019, a Folha revelou que a Capes cancelou, sem aviso prévio, o acesso a bolsas de mestrado e doutorado. Eram benefícios que seriam repassados pelos programas de pós-graduação a novos pesquisadores.