Delator

“Utilizou a solidariedade pública para beneficiar a si”, diz Samuel Segundo sobre padre Egídio, ex-diretor do Hospital Padre Zé

Samuel Segundo é o principal informante da investigação que apura o desvio dos aparelhos. Durante a entrevista, ele desafiou o padre Egídio a desmentir suas acusações.

Padre Egídio, Prisão, Prisão domiciliar

Padre Egídio vai cumprir prisão domiciliar (Foto: reprodução)

O padre Egídio de Carvalho, ex-diretor presidente do Hospital Padre Zé, é alguém que usou a “solidariedade pública para beneficiar a si mesmo”. A afirmação foi feita neste sábado (21) por Samuel Segundo, ex-funcionário do Hospital Padre Zé e delator do esquema de desvio de aparelhos eletrônicos doados à unidade.

Como acompanhado pelo ClickPB, Samuel Segundo é o principal informante da investigação que apura o desvio dos aparelhos. Durante a entrevista, ele desafiou o padre Egídio a desmentir suas acusações e considerou o religioso como um homem “ganancioso”.

“Um homem ganancioso que utilizou da solidariedade pública para beneficiar a si mesmo”, disse Samuel Segundo, como visto pelo ClickPB.

Em outros trechos da entrevista, Samuel falou que padre Egídio determinou que ele vendesse 270 aparelhos eletrônicos, que deveriam ter sido comercializados em bazares beneficentes, e acusou a família do padre de acesso privilegiado a itens dos bazares.

“Não fui eu e nem minha família que fomos filmados saindo em uma caminhonete da família do padre [Egídio] com mais de dez caixas pesadas. Eles saíram com perfumes, patinetes, vestuários e itens. Eles tiveram acesso privilegiado a esses itens que seriam vendidos no primeiro bazar”, revelou Samuel Segundo, como acompanhado pelo ClickPB.

Por meio de nota, a defesa do padre Egídio de Carvalho disse que não vai se pronunciar sobre as denúncias feitas por Samuel Segundo e que o padre está à disposição para colaborar com as investigações.

Relembre o caso

O escândalo no Hospital Padre Zé veio à tona no mês passado, após uma denúncia de furto de celulares no local. Os equipamentos haviam sido doados pela Receita Federal para o hospital e deveriam ter sido vendidos em um bazar beneficente para angariar recursos para o hospital.

Porém, os celulares foram furtados e vendidos e as investigações apontam para o envolvimento do Padre Egídio de Carvalho, que era diretor-presidente da unidade, e do ex-funcionário Samuel Segundo.

Em meio ao escândalo do furto dos celulares, o padre Egídio de Carvalho Neto, renunciou ao cargo de presidente do Hospital Padre Zé.  O pedido foi aceito pelo arcebispo Dom Manoel Delson. Padre Egídio estava há mais de cinco anos à frente do hospital, fundado há quase 90 anos. Além de estar na gerência da unidade, ele também atuava como pároco da Igreja Santo Antônio, cargo do qual também renunciou.

Furto de meio milhão

No último dia 2, a Justiça autorizou o bloqueio de contas e a quebra de sigilo bancário de Samuel Segundo. O pedido de quebra de sigilo e bloqueio foi feito pela delegada Karina Torres, da Polícia Civil, conforme apurou o ClickPB, e contou com ‘prints’ de conversas de Samuel negociando a venda de iPhones e outros itens.

A delegada aponta que “restou evidenciado, com fulcro na investigação, que Samuel Segundo incorreu no delito de furto qualificado, causando o prejuízo de R$ 525.877,77 (quinhentos e vinte e cinco mil, oitocentos e setenta e sete reais e setenta e sete centavos), referente aos produtos furtados no interior do Hospital Padre Zé.”

Operação do Gaeco

No último dia 5, o padre Egídio de Carvalho foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão da operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco). Conforme apurou o ClickPB com exclusividade, além do pároco outras pessoas da administração do hospital também foram alvos. 

Entre estas pessoas está a diretora administrativa do hospital, Jannyne Dantas e a tesoureira da unidade hospitalar filantrópica, a Amanda Duarte. Segundo apurou o ClickPB, na ocasião, a operação tem como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).

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