
O caso do assassinato e esquartejamento do empresário Marcos Kitano Matsunaga, ex-diretor da Yoki Alimentos, pode ganhar novos desdobramentos. Um laudo que faz parte do inquérito, recebido pela polícia, contradiz a confissão da bacharel em Direito Elize Kitano Matsunaga e indica que Marcos ainda respirava depois de levar o tiro da esposa. Ele teria morrido por asfixia respiratória, após aspirar o sangue em razão da decapitação, além de choque traumático (traumatismo craniano), pelo impacto da bala.
Além disso, há indicações de que Elize estaria a uma distância bem menor em relação ao marido, no momento em que atirou nele, do que aquela apontada por ela em seu depoimento. E que o tiro teria sido dado de cima para baixo, e não de uma posição frontal, como alegou Elize quando confessou o assassinato.
“O ângulo da bala é de cima para baixo. Ela (Elize) é mais baixa que ele. Portanto, ele está em um plano inferior a ela. Ele poderia estar sentado, por exemplo”, afirmou ao iG o advogado contratado pela família de Marcos, Luiz Flávio Borges D’Urso. “Ela diz que ele estava de pé, a dois metros de distância. Isso cai por terra pela quantidade de pele em volta do furo da bala. Essa zona é uma queimadura feita pela pólvora. Isso dá a distância, que seria de 15cm a 20cm, no máximo. Tudo indica que ele estava sentado, talvez para comer aquela pizza que havia pedido. É praticamente um tiro à queima-roupa”, concluiu D’Urso.
O advogado dos Matsunaga também afirmou que o laudo indica que Marcos “não morreu em razão do tiro, por estar respirando”. “Além do tiro, a causa mortis é asfixia por sangue aspirado em razão de decapitação. Ele aspira o sangue que jorrou da decapitação e se sufoca”, diz D’Urso. “A Elize estava relatando um quadro que indicava uma violenta emoção no momento da discussão com o Marcos, o que é uma atenuante. O laudo mostra que a bala veio de cima para baixo, que eles estavam a uma distância muito pequena e que ele morreu por aspirar o sangue. Se houve premeditação ou não, é necessário continuar apurando.” Segundo a confissão da bacharel em Direito, ela teria esperado cerca de dez horas para iniciar o esquartejamento do marido.