Um adolescente morreu no sábado (30) após ser espancado por colegas dentro da sala de aula da escola municipal Professora Vera Lúcia Pereira Coelho, em Silva Jardim (Rio de Janeiro). O motivo da agressão, ocorrida no dia 22 de agosto, foi ele ter ido à escola com um corte de cabelo diferente, segundo a família do menino. A Polícia Civil começou a investigar o caso nesta segunda-feira, dez dias após o ocorrido.
Segundo a família de Samuel Teles dos Santos, 16, ele recebeu tapas e socos leves dos colegas de classe como parte de uma suposta brincadeira com meninos que cortavam o cabelo. Como o jovem resistiu ao ritual, sofreu golpes mais fortes, que culminaram em lesão cerebral.
"Esses meninos tinham mania, quando a criança cortasse o cabelo, de dar tapinha, soco na cabeça. No dia que meu primo foi [para a escola com um novo corte de cabelo], eles começaram a fazer isso, mas ele [Samuel] achou ruim, aí os meninos começaram a espancá-lo, dentro da sala de aula", afirmou a prima do adolescente, Patrícia Teles.
Com medo de ser repreendido pelos colegas, Samuel não contou da agressão para os pais, e apenas na última sexta-feira (29), foi ao médico devido a fortes dores de cabeça, segundo a família. Ele foi internado na policlínica de Silva Jardim, mas no mesmo dia transferido para o hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, na zona norte do Rio.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, médicos da policlínica de Silva Jardim detectaram que o adolescente apresentava problemas renais. No hospital Carlos Chagas, parentes dele informaram aos médicos que Samuel foi agredido por colegas de classe. Só depois disso é que o adolescente foi submetido a exames de tomografia, e os médicos constataram lesão cerebral grave. Ainda na sexta-feira, Samuel sofreu morte cerebral e, no sábado (30), teve parada cardíaca, segundo o hospital.
O corpo do menino foi enterrado no domingo (31), no município de Silva Jardim. Procurada pela Folha Online, a direção do colégio Professora Vera Lúcia Pereira Coelho, onde, segundo a polícia, Samuel estudava, ainda não respondeu as ligações. A Polícia Civil informou que abriu inquérito nesta segunda-feira para investigar o caso, mas não soube dizer se já identificou os agressores do adolescente.
Folha