“Justiça! Justiça! Justiça!” Gritavam os quase cinco mil moradores da cidade de Picuí, no momento em que arrombaram a parede da delegacia, retiraram um preso e o linxaram até a morte. O fato aconteceu na noite dessa segunda-feira, momento após a polícia prender Severino Cassimiro da Silva, 41 anos, acusado de matar e esquartejar José dos Santos Nascimento, há oito dias.
De acordo com informações da polícia, Severino matou José dos Santos por causa de uma dívida de 200 reais, originada da venda de um boi. No último dia 12, o acusado foi atrás do devedor e passou a cobrar o pagamento do dinheiro. Como José dos Santos disse que não tinha, Severino simulou fazer-lhe uma nova proposta de negócio, na qual o débito seria quitado.
O acusado levou José para um sítio próximo da cidade e, em vez de negócio, o assassinou com cinco tiros. Após os efetuar os disparos, vendo que José já estava morto, Severino pegou um machado e partiu o corpo da vítima em pequenos pedaços. O crime ganhou grande repercussão na cidade.
Na tarde dessa segunda-feira, os policiais civis localizaram Severino e efetuaram sua prisão. Inicialmente ele negou o crime, mas após um interrogatório confessou e levou os policiais ao local da execução para narra detalhes do esquatejamento. O machado e o revólver utilizados por ele também foram encontrados.
Ao saber que Severino estava na delegacia, cerca de cinco mil moradores se juntaram em torno do prédio, ameaçando invadir para matar o preso. Os policiais resistiram à pressão popular, ficando expostos até ao espancamento das pessoas revoltadas para garantir a integridade física do preso. Mas o volume da multidão acabou prevalecendo.
Um grande grupo de manifestantes passou a queimar os carros apreendidos que estavam no pátio da delegacia. Outra parte começou a cavar um buraco na parede do xadrez, até que tiveram acesso à parte interna. Severino foi arrastado para fora do xadrez, apedrejado e queimado vivo. O reforço policial do pelotão de Choque chegou à cidade, mas não conseguiu evitar o lichamento do preso.
“Não efetuamos disparos nem tomamos qualquer outra medida mais radical, para evitar uma tragédia maior”, afirmou José Guedes, superintedente de Polícia Civil na cidade. Por outro lado, ele disse que uma testemunha filmou toda a ação dos manifestantes e prometeu intregar cópia da fita para a polícia. O superintendente Geral, Gerson Barbosa disse que um delegado especial será designado para investigar o caso.
Preso é apedrejado e queimado em Picuí e polícia abre inquérito
A polícia começa hoje a apurar o linchamento do preso Severino Cassimiro da Silva, 41 anos, ocorrido na noite dessa segunda-feira, na cidade de Picuí. Ele era a
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