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Bolsonaro se equivoca ao criticar escolha de ministro por presidente argentino

O presidente, que era contrário à eleição de Fernández e não compareceu à posse, afirmou esperar que a Argentina dê certo.

Bolsonaro se equivoca ao criticar escolha de ministro por presidente argentino

Bolsonaro ressaltou que designou o vice-presidente Hamilton Mourão para comparecer à posse — Foto:Reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro usou informação equivocada ao criticar, nesta quarta-feira (11), a formação da equipe ministerial do novo presidente da Argentina, Alberto Fernández.

Em discurso na CNI (Confederação Nacional da Indústria), Bolsonaro lamentou que o novo chefe do Ministério da Defesa argentino seria um general de brigada, posto que não está no topo da hierarquia militar.

O nomeado por Fernández, Agustín Rossi, no entanto, é um engenheiro civil peronista que já ocupou o mesmo posto entre 2013 e 2015, durante a gestão de Cristina Kirchner.

“Peço a Deus que tudo dê certo na Argentina. Se bem que lamento a escolha do ministro da Defesa, um general de brigada. Tem que ser um general de Exército, ou um almirante de esquadra, ou um tenente-brigadeiro do ar, ou até um civil, que seja”, disse Bolsonaro.

O presidente, que era contrário à eleição de Fernández e não compareceu à posse, afirmou esperar que a Argentina dê certo, ressaltando que o país é o maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul.

Bolsonaro ressaltou que designou o vice-presidente Hamilton Mourão para comparecer à posse.

“O Brasil foi o único país citado no discurso presidente Fernández e estamos prontos a implementar o mais rápido possível o nosso acordo com a União Europeia. A Argentina tem muito nos oferecer, o Brasil tem muito a oferecer à Argentina também”, disse.

Após a vitória do argentino, Bolsonaro afirmou que não iria a Buenos Aires para a cerimônia e também não cumprimentou Fernández, diferentemente dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Chile, Sebastián Piñera, aliados do brasileiro e identificados com a direita.

Em novembro, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, comandada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), aprovou uma moção de repúdio contra Fernández.

A proposta argumentava que o argentino, ao defender em agosto a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, questionava a lisura do sistema judicial do país.

O petista deixou a prisão no início de novembro.

Fernández é aliado de Lula e, ainda candidato, o visitou na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O petista cogitou comparecer à cerimônia de posse, mas acabou desistindo.

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro defendeu publicamente a reeleição de Maurício Macri, o que foi avaliado como um erro estratégico pelo núcleo moderado do Palácio do Planalto, para o qual o mandatário deveria ter se mantido distante da disputa para não afetar a relação comercial entre os países.

Anteriormente, ao saber do resultado das primárias -47% de Fernández contra 32% do então presidente Mauricio Macri-, Bolsonaro disse que “bandidos de esquerda” estavam voltando ao poder na Argentina, que estaria “mergulhando no caos” e trilhando “o rumo da Venezuela”.

Recentemente, Bolsonaro moderou o tom. Ele disse que, apesar de não ter uma afinidade ideológica com o governo eleito no país vizinho, não rasgará contratos e manterá uma relação pragmática com a Argentina.

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