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Câmara de João Pessoa aprova proposta que acaba com medidas impositivas

No lugar das medidas impositivas, a nova proposta visa destinar uma parte da receita prevista na LOA às emendas dos vereadores.

Câmara de João Pessoa aprova proposta que acaba com medidas impositivas

Votação foi marcada pela saída dos vereadores Bruno Farias e Leo Bezerra da bancada — Foto:Reprodução/Facebook

Foi aprovada no plenário da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na manhã desta quarta-feira (27), a Proposta de Emenda à Lei Orgânica 8/2019, medida que atualiza a destinação de emendas de execução obrigatória dos vereadores ao orçamento da Capital. 

Os vereadores Leo Bezerra (PSB) e Bruno Farias (PPS), que saíram da bancada da oposição devido a desentendimentos sobre esta matéria, foram os únicos a votar contra.

De acordo com a proposta, as emendas dos vereadores à Lei Orçamentária Anual (LOA) 2021 serão aprovadas no limite de 0,6% da receita líquida realizada no exercício financeiro de 2020. A partir de 2022, as emendas à LOA serão aprovadas no limite de 0,8% da receita líquida do exercício financeiro anterior. 

Além disso, a matéria ainda anula, por inconstitucionalidade, a Emenda à Lei Orgânica do Município de João Pessoa nº 29/2017, tornando-a sem qualquer efeito jurídico, desde a sua promulgação. As emendas impositivas aprovadas em 2017 e 2018 também ficam sem efeito, salvo as que já foram executadas. 

Neste ponto, os vereadores Bruno Farias e Leo Bezerra se sentiram particularmente prejudicados, pois as emendas impositivas de ambos ainda não haviam sido executadas e, com a nova regra, não mais serão.

Discussões anteriores

Na reunião da Comissão de Constituição, Justiça, Redação e Legislação Participativa (CCJ), ocorrida dias antes da votação do plenário, Bruno Farias (Cidadania) e Leo Bezerra (PSB) Já haviam declarado voto contrário ao projeto, alegando problemas quanto a estrutura formal e ao processo de tramitação da matéria. 

Eles destacaram que a nova proposta considera inconstitucional uma matéria de igual teor aprovada em 2017. “A CCJ tem o objetivo precípuo de analisar a constitucionalidade, legalidade, juridicidade e a boa técnica legislativa. Poucas vezes vi um projeto de lei tão mal redigido como esse, dentro da imensidão de leis de nosso país. Isso é uma monstruosidade jurídica”, destacou Bruno Farias. 

“Não dá para entender como os vereadores dão parecer pela constitucionalidade de uma matéria e depois a consideram inconstitucional. E tem mais, como podemos votar sobre uma matéria que está sendo debatida no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB)”, argumentou Leo Bezerra.

Já na Comissão de Políticas Públicas (CPP), a matéria foi aprovada por unanimidade.
Na reunião da Comissão de Finanças, Orçamento, Obras e Administração Pública (CFO), votaram a favor da proposta os parlamentares João Almeida (Solidariedade), Carlão (DC), Humberto Pontes (Avante) e Tibério Limeira (PSB).

“No texto da LOA 2020 existe a previsão de R$ 23 milhões destinados às emendas impositivas. Enquanto vereadores, não podemos aprovar um ‘cheque em branco’ ao Executivo sem que este informe onde o recurso será reaplicado. No entanto, foi isso que aconteceu hoje. O que será feito com essa verba, já que as emendas impositivas não serão executadas?”, indagou Leo Bezerra, cogitando judicializar o caso. “A esse respeito, poderia haver um aditivo dentro da peça orçamentária, indicando para onde irão os recursos”, respondeu o presidente da CFO, Damásio Franca.

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