Decisão do STF

Davi Alcolumbre descarta votar PEC da 2ª instância sem conciliação no Senado

Uma ala do grupo quer que Alcolumbre aprecie a matéria já nesta terça-feira (12), mesmo sem um relatório aprovado pela CCJ, que pode ser apresentado em plenário.

Davi Alcolumbre descarta votar PEC da 2ª instância sem conciliação no Senado

Senadores que querem reverter a decisão do STF ameaçam obstruir as votações para pressionar Alcolumbre — Foto:Reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Pressionado por um grupo de 43 senadores a colocar em votação uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para retomar a prisão após condenação em segunda instância, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse nesta terça-feira (12) que pautará apenas aquilo que for objeto de conciliação, sugerindo que a reversão da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) não é uma prioridade.

“Vamos conversar com os  líderes, tirar um entendimento comum dos parlamentares. Temos que entender que todas as matérias são importantes para o país. Não podemos priorizar uma matéria em detrimento de outra”, afirmou Alcolumbre em sua primeira manifestação sobre o tema desde a decisão do Supremo, na quinta-feira passada (7).

“Temos que construir um consenso e só vamos conseguir construir um consenso quando vários atores têm a oportunidade de se manifestar e construirmos a maioria. Vamos conversar de todos os assuntos que estão em tramitação, mas a gente só vai pautar aquilo que tiver a conciliação da maioria”, disse o presidente do Senado.

Senadores que querem reverter a decisão do STF ameaçam obstruir as votações para pressionar Alcolumbre.

Ao comentar a pressão dos colegas, Davi disse aos jornalistas que “a gente podia fazer uma nova [Assembleia Nacional] Constituinte. Todo mundo renunciava os mandatos e a gente fazia uma nova Constituinte. Estou disposto a fazer. Se for para o bem do Brasil, a gente faz uma constituinte”.

Indagado se este era o momento oportuno para se fazer isso, ele respondeu:
“Se for esta a prioridade…”

Após a entrevista, a reportagem questionou a presidência do Senado sobre a declaração de Alcolumbre. A assessoria de imprensa do senador informou que ele havia sido irônico ao propor uma nova Constituinte.

Um grupo de 43 senadores (53% do total) que já havia assinado uma carta a favor da manutenção da prisão em segunda instância destinada ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, quer ver a PEC do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) votada em plenário até a semana que vem.

Uma ala do grupo quer que Alcolumbre aprecie a matéria já nesta terça-feira (12), mesmo sem um relatório aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que pode ser apresentado em plenário.

Os senadores que defendem esta medida dizem que a obstrução pode começar de imediato, o que comprometeria a votação dos destaques que foram apresentados para alterar a PEC paralela da reforma da Previdência, cuja votação está prevista para a tarde de terça.

Caso Alcolumbre não ceda à pressão nesta semana mais curta por causa da reunião de cúpula dos Brics- grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-, em Brasília, a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), pautará a PEC para apreciação na comissão na quarta-feira da semana que vem (20).

Além da emenda constitucional, Tebet deve pautar também o relatório do senador Marcos do Val (Podemos-ES) tratando do pacote anticrime do governo. Este texto traz uma alteração que garante a prisão após condenação em segunda instância, mas alterando o CPP (Código de Processo Penal). Esta mudança é mais fácil porque não exige 49 votos, mínimo necessário para aprovação de uma PEC.

Por projeto de lei que precisaria ser aprovado por maioria simples na Câmara e no Senado, seria alterado o artigo 283 do Código de Processo Penal, que diz que “ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva”.

A PEC defende a validade da prisão em segunda instância, mas, no caso de haver recurso para os tribunais superiores (STJ e STF), o juiz poder atribuir ao recurso o chamado efeito suspensivo, para que o réu não seja obrigatoriamente preso depois de condenado em segundo grau.

Assim, acreditam senadores, a prisão está garantida, mas fica aberta uma janela para casos excepcionais, a critério do juiz do caso.

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