Política

Depoimento de ex-banqueiro indica que Bertholdo e Garcia agiam juntos

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Depoimento do ex-banqueiro Luiz Antônio Scarpin à 2ª Vara Federal de Curitiba, aponta que o empresário Antônio Celso Garcia, 52, conhecido como Tony Garcia, e o ex-assessor do PMDB Roberto Bertholdo, 44, agiram em conjunto na tentativa de obter vantagens financeiras com a CPI do Banestado.

Segundo Scarpin, Bertholdo foi apresentado a ele por Tony Garcia como o advogado que evitaria que ele, Scarpin, fosse convocado pela CPI.

No depoimento, prestado no dia 27 de janeiro deste ano, Scarpin –apontado como dono do banco Integracion, que recebia no Paraguai remessas via contas CC5 do banco Araucária– disse que Tony Garcia pediu R$ 1 milhão para Bertholdo impedir sua convocação.

“Eu falei ao Bertholdo que o Tony estava louco em pedir um milhão. Ele [Bertholdo] disse que de fato poderia chegar a esse valor, mas no começo seriam R$ 300 mil.”

No depoimento do ex-banqueiro e dono de bingo na região metropolitana de Curitiba, ele cita uma ameaça recebida de Bertholdo, quando –depois de gravar conversas com Bertholdo– se recusou a pagar o valor combinado.

Em depoimento prestado na mesma 2ª Vara Federal, um pouco antes que Scarpin, em 13 de janeiro, Roberto Bertholdo apresenta uma outra versão para a história. Segundo ele, quem tentou extorquir dinheiro de Scarpin foi Tony Garcia. Bertholdo disse que foi ele próprio quem desistiu de advogar para Scarpin e negou que o tenha ameaçado de morte.

Gravações em poder da Justiça Federal mostram que Bertholdo citou o deputado José Mentor (PT-SP) como o parlamentar que poderia impedir a convocação de Scarpin pela CPI do Banestado. Ontem, José Mentor disse à Folha só saber agora que Bertholdo utilizava o fato de assessorar o PTB, e depois o PMDB, para praticar extorsão.

Mentor repassou à Folha cópia de ofício de janeiro de 2004 que pede providências ao Ministério da Justiça sobre denúncias de tentativa de extorsão utilizando o nome da CPI que resultou na prisão do ex-vereador paulistano Armando Mellão Netto.

No seu depoimento de 13 de janeiro, Bertholdo se recusa a responder sobre suas ligações com o deputado José Mentor. Segundo ele, a Vara Federal não teria competência para investigar parlamentares. Para a Folha, Bertholdo disse que a história sobre influenciar na CPI do Banestado está sendo montada por Tony Garcia e que existe uma tentativa deliberada de incriminá-lo.

Outro lado

Tony Garcia disse ontem que o depoimento de Scarpin, que o acusa de cobrar para auxiliar Bertholdo na tentativa de evitar que Scarpin fosse convocado pela CPI do Banestado, “foi feito em um momento que Scarpin estava ameaçado por Bertholdo. Ele fizeram um acerto depois que o Scarpin mostrou que tinha feito gravações do Bertholdo. É só ver que eu não fui denunciado pela tráfico de influência, e o Bertholdo sim”, disse.

Ainda segundo Garcia, no acordo feito Bertholdo passou a advogar para manter, durante quatro meses em 2004, casas de bingo de Scarpin em Curitiba, através de liminares concedidas pelo TRF (Tribunal Regional Federal) de Porto Alegre. Em troca, Scarpin não entregaria às fitas à força-tarefa do Banestado, que investiga remessas ilegais para o exterior, crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro.

Fonte: Folha Online

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