O deputado estadual Jeová Campos (PSB) está sendo apontado por usar uma notícia falsa (fake news) para discutir o vazamento de conversas entre o ex-juiz e ministro Sérgio Moro e o procurador da Operação Lava Jato, Deltan Dallgnol. Ele discursou na tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) sobre o assunto, nesta terça-feira (11), e usou o telão para exibir os diálogos.
“Tenho que trazer a esse debate, e peço à técnica para poder colocar no telão, o material que eu gostaria de, sobre ele, fazer esse diálogo. Eu não posso imaginar que exista, nesse país, a possibilidade de um conluio entre um juiz e os procuradores para corromper um processo e produzir um resultado injusto. O conluio praticado, palavras de Sérgio Moro: “Não consigo julgar esta semana, mas garanto que vai ter tempo para evitar a candidatura.” Aí diz (Deltan) Dallagnol: “A inconsistência nas provas vai fragilizar a condenação. Precisamos acelerar, pois as ligações não provam atos ilícitos do réu.” Aí Sérgio Moro na mesma fala: “Aqui no TRF4 tem quatro amigos que vão adiantar os trabalhos. Toda a sentença já está combinada.” Aí diz Dallagnol: “Se precisar, avisa que faremos outra apresentação (em Power Point) para fortalecer a opinião pública.” Aí diz Moro: “Nosso problema é outro. O Haddad vai ganhar força. Vocês não conseguem algo para impedir a candidatura de Haddad?”, disse Jeová Campos, no plenário da ALPB.
Ele completou a indignação, dizendo que sempre achou Sérgio Moro um homem doente. “Gente, veja que crime tão profundo. Acharam pouco em fazer um conluio, corromperam o processo. Eu sempre vi na cara de Sérgio Moro uma pessoa doente. Mas eu não achava que a doença dele permitisse chegar a tanto escárnio. Como alguém se presta a um ‘papelão’ desses?”
Desde o fim de semana, ‘prints’ das conversas entre Moro e Dallagnol foram divulgados pelo site The Intercept Brasil. Os diálogos ocorreram no aplicativo Telegram, opção alternativa ao WhatsApp em relação a troca de mensagens por celular. Contudo, muitos ‘prints’ falsos estão sendo divulgados, misturando-se às conversas originais, realmente ocorridas.
Veja o falso ‘print’ sobre as conversas entre Moro e Dallagnol.