Conferência na PB

Embaixador diz que Suíça não é mais paraíso fiscal e tem colaborado com o fim da corrupção

Brasil precisa acabar com a ideia de que sempre que se quer tirar um dinheiro do país, manda-se para a Suíça, diz André Regli

Embaixador diz que Suíça não é mais paraíso fiscal e tem colaborado com o fim da corrupção

Embaixador da Suíça participa de evento no TCE-PB — Foto:Assembleia Legislativa do Amazonas

O embaixador da Suíça no Brasil, André Regli, afirmou que uma parceria entre os dois países tem ajudado a identificar e combater a corrupção e a evasão fiscal nos últimos anos. Segundo Regli, a Suíça mudou completamente sua legislação, não é mais o paraíso fiscal, chegando inclusive a ajudar decisivamente na deflagração da operação Lava Jato. 

“Era um terremoto o que acontecia na Suíça”, reconheceu o embaixador, lembrando que, antigamente, a legislação e a maneira como tratar a evasão fiscal do país europeu favorecia a corrupção. Mas, André Regli destaca que essa realidade começou a mudar a partir da crise financeira e a falta de dinheiro, que resultou numa pressão muito grande sobre a Suíça por parte de países como EUA e Alemanha. Com isso, a Suíça aboliu o segredo bancário e começou a trabalhar em parceria com organismos internacionais.

Brasil – A colaboração entre a Suíça e o Brasil se intensificou muito nos últimos cinco, seis anos a partir de uma parceria estratégica, em diversos âmbitos, de acordo com André Regli. E, graças a essa parceira, muitos casos de corrupção começaram a ser investigados. 

“A Lava Jato começou na Suíça, quando o órgão de controle dos bancos informou à Procuradoria Geral, que várias contas na Suíça vinha de lavagem de dinheiro no Brasil”, disse o embaixador, lembrando que a confirmação das contas de Eduardo Cunha veio através desse órgão regulador do mercado financeiro suíço, conhecido como Finma. 

Quebra de paradigma-  André Regli ressaltou ainda que o Brasil precisa acabar com essa ideia, que inclusive é apresentada nas novelas, de que sempre que se quer tirar um dinheiro do país, manda-se para a Suíça. “Até porque na Suíça não tem impunidade e o procurador geral vai no fundo das coisas”, informou o embaixador, defendendo que investir no país europeu ainda é uma boa opção.

“Colocar dinheiro na Suíça é muito bom. Tem estabilidade política, econômica, os serviços são excelentes, mas antes paguem seus impostos e veja bem se esse dinheiro que você vai colocar na lá não vem de fonte ilícita, porque senão você tá ferrado”, disse André Regli, que está na Paraíba, participando da Conferência Internacional “Investimento, Corrupção e o papel do Estado – Um Diálogo Suíço-Brasileiro”, que está sendo realizada em João Pessoa, nesta sexta e sábado (28).

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