
A declaração foi dada na coletiva de imprensa em João Pessoa, na manhã desta quinta-feira (23) — Foto:Aline Lins/ClickPB
O candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Fernando Haddad (PT), disse que respeita o Ministério Público de São Paulo, “mas é a segunda vez que eles entram com ação contra a ciclovia. É uma obsessão lá em São Paulo.” A declaração foi dada na coletiva de imprensa em João Pessoa, na manhã desta quinta-feira (23).
“Se eles vissem a quantidade de vidas que nós salvamos baixando a velocidade das vias. Eu sofri uma ação por ter baixado a velocidade, seguindo determinação da Organização Mundial da Saúde”, explicou ele sobre o processo.
Haddad criticou duramente a Justiça e disse que a imparcialidade no Poder Judiciário daria tranquilidade a todos. “O que é que a gente precisa? De juiz imparcial. O importante é o juiz ser imparcial. Se o juiz for imparcial, vai todo mundo dormir sossegado. Ninguém vai ficar com medo da justiça se não fez nada errado.”
Ele falou sobre o ex-presidente Lula. “Nós decidimos fortalecer o Lula e sua candidatura por razões morais. Porque não vamos deixar um homem que tem 45 anos de serviços prestados ao país ser injustiçado e seguir vida. Como se nada estivesse acontecendo? Em nenhuma hipótese. A gente entende que fazendo o que é correto o povo vai compreender de que lado você está. Eu estou do lado de um governador que passou momentos difíceis por ficar do lado certo.”
O candidato disse que representa o pensamento progressista. “Haddad representa o pensamento não só do Lula, mas o pensamento progressista desse país. Estamos muito felizes. O diálogo flui naturalmente. Essa eleição é de projetos, não só na Paraíba, mas no Brasil. Sabem que Lula, sem falar e andar (em campanha), já tem 50% dos votos válidos. Se ele consegue falar e andar, vai ganhar as eleições no primeiro turno.”
Haddad criticou o plano do Governo Gederal de congelar os gastos do Estado brasileiro por 20 anos. Ele disse que o governo tem que enfrentar os bancos para baixar os juros. “Tem três ou quatro bancos no Brasil, tem que dar um choque nos bancos.” A proposta dele é quando mais juros o banco cobrar, mais imposto vai pagar.
Entre as propostas de Haddad estão também a de “defender a soberania, parando de vender ativos para o estrangeiro e isentar a classe média do imposto de renda.” “A gente precisa fazer isso pelo seguinte: se as famílias de mais baixa renda e classe média não tiverem uma renda disponível maior, elas não vão conseguir reativar a economia. Então as famílias vão precisar de um apoio inicial para o consumo aumentar e a economia voltar a rodar. A segunda coisa é um choque de juros. Os bancos vão ser provocados por lei a baixar a taxa de juros. É uma vergonha o nosso sistema bancário. Essa coisa do banco em três meses lucrar 20 bilhões. Com a queda dos juros, você vai poder limpar o seu nome, fazer um crediário, vai poder abrir um pequeno negócio. Os juros vão ter que ser civilizados.”
Ainda sobre Lula e sua não participação nos debates, Haddad disse que deveria haver o direito do PT ter um representante nos eventos. “Pelo menos que permita um representante do presidente Lula nos debates. Eu não sei o que os outros candidatos teriam a temer.”