Política

Renan manda apurar se caseiro esteve com a oposição

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu aprovar hoje requerimento da líder do PT, Ideli Salvati (SC), para investigar a eventual movimentação do caseiro Francenildo dos Santos Costa nas dependências do Senado. A líder petista sustenta que o caseiro teria passado por gabinetes de senadores da oposição antes de dar entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, contradizendo depoimento do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, à CPI dos Bingos.

Na entrevista, publicada há uma semana, Francenildo afirmou que Palocci teria frequentado casa mantida por ex-assessores acusados de irregularidades. Na sexta, dados da conta do caseiro na Caixa Econômica Federal, que é estatal, foram divulgados pela revista Época, colocando o governo sob suspeita de violação ilegal de sigilo.

Com a aprovação do requerimento, a Polícia Federal poderá requisitar gravações do sistema de vídeo, relatórios de portarias, canhotos de crachás e qualquer outro meio de controle de presença de pessoas nas dependências do Senado.

Renan repudiou a quebra de sigilo bancário do caseiro sem ordem judicial. “Ninguém no Brasil, do caseiro ao presidente da República, deve ter sua vida devassada, sua vida privada invadida a revelia do Estado de Direito e a revelia da própria justiça”, afirmou.

Para Renan, a quebra ilegal do sigilo é “algo repugnante”. “É preciso que haja uma investigação rápida e se houver culpado, eu acho que há culpado, que ele seja punido exemplarmente”, ressaltou.

Apesar da reação negativa à quebra ilegal do sigilo de Francenildo, o PT sustenta que ele teria sido aliciado pela oposição para comprometer Palocci. “Ele foi muito bem treinado pela oposição”, acusou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em entrevista na segunda-feira. Renan disse que decidiu aprovar o requerimento da líder do PT levando em conta precedentes provocados pela oposição.

Em 2005, gravações do sistema de vídeo de segurança foram usadas para provar que o deputado Paulo Pimentel (PT-RS) conversou em segredo com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do mensalão, na garagem do Senado. Em conseqüência, Pimentel perdeu a vice-presidência da CPI do Mensalão.

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