Punhalada

Tem traição na política nas eleições deste ano

O traidor aguarda, de tocaia, que o anjo da morte Samael lhe indique o caminho para desferir o golpe final

Tem traição na política nas eleições deste ano

“O Assassinato de Abel” de Tintoretto. “ — Foto:Da Internet

Traidor tem ou não tem voto? Leonel Brizola (1922-2004) nos ensina que “a política ama a traição, mas abomina o traidor”. Nesse jogo de incertezas, o “Caim”, (filho primogênito de Adão e Eva, que por enganou a todos e matou o próprio irmão), ainda não mostrou a cara no cenário político recente da Paraíba. O traidor aguarda, de tocaia, que o anjo da morte Samael lhe indique o caminho para desferir o golpe final.

A única certeza, no entanto, é que os atos sorrateiros virão antes mesmo dos partidos realizarem convenções para oficializar as candidaturas. Aqui, troca-se de opinião ou rompem-se acordos, com a mesma rapidez com que se muda de roupa. Aqui, o interesse pessoal se sobrepõe ao do coletivo: Farinha pouca, meu pirão primeiro. 

O ensinamento de Nicolau Maquiavel, escrito em 1514, “os fins justificam os meios” é comumente utilizado nos jogo político das traições. Por essas plagas, muito mais do que qualquer outro lugar, não existe ideologia ou fidelidade partidária. Tudo é volátil; qualquer coisa serve desde que se ganhem as eleições. Vale e usa-se de tudo para chegar ao poder, principalmente a traição.

A dor da traição, seja conjugal ou política, é uma das mais doídas. Doí na carne e na alma. Em João Pessoa, o Partido dos Trabalhadores é quem carrega, por enquanto, essas marcas profundas. O partido encontra no prefeito Luciano Cartaxo, ex-petista que migrou para o PSD tão logo começou o inferno da presidente Dilma Rousseff, um carreirista de traição.

No ano passado, o PT disse, por exemplo, que Luciano Cartaxo cometeu uma traição sem precedente na política local, segundo opinião do próprio Partido dos Trabalhadores. “A saída de se deu de forma vil. Seu gesto foi de covardia!”

Para o professor Charliton Machado, pré-candidato do PT à prefeitura de João Pessoa, a traição de Cartaxo vai além do Partido dos Trabalhadores: “Ele traiu um projeto político, um programa de governo e uma agenda para a cidade”. 

De acordo com Charliton, Cartaxo preferiu caminhar na contramão a ficar com os companheiros que lhe fizeram prefeito.

O cientista político Jaldes Meneses considerou negativa a saída de Luciano Cartaxo do PT. À época, Jaldes disse que “A pior coisa que ele fez, é ter associado sua imagem a de ser traidor. Se isso pega, será decisivo. Se essa imagem cola, não há aliança que reverta. Ter a imagem de traidor em política e na sociedade é mais cruel do que a de corrupto”.

Para o escritor espanhol José Manuel Lechado, especializado em ensaio histórico e político “Na cultura do Ocidente não existe delito mais grave que o de defraudar a confiança adquirida”.

A traição política trará, certamente, desconforto aos candidatos. O passado talvez seja um peso na hora de escolher em quem votar. Se não for, mas é sempre um transtorno.

Para nós, eleitores, que somos usados apenas como pano de fundo, só nos resta esperar! 

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