Asif Ali Zardari, viúvo da ex-primeira-ministra assassinada Benazir Bhutto, aceitou neste sábado, 23, a indicação à Presidência paquistanesa. A proposta havia sido feita por sua legenda, o Partido do Povo Paquistanês (PPP), na sexta-feira.
O Congresso realizará uma eleição em 6 de setembro para substituir o ex-presidente Pervez Musharraf, que renunciou há uma semana para evitar um processo de impeachment. Mian Raza Rabbani, do PPP, anunciou que tinha "o prazer de anunciar que Zardari havia aceitado a candidatura por seu partido".
Na sexta-feira, o ex-premiê Nawaz Sharif, líder do segundo partido da coalizão governista, a Liga Muçulmana do Paquistão-N, sugeriu que o próximo presidente deveria vir de uma das províncias menores – o Baluchistão e a Fronteira Noroeste. Isso excluiria Zardari, que é da província sulista de Sindh.
O PPP vem travando uma luta de poder com o partido de Sharif sobre a reintegração ao cargo de 60 juízes destituídos no ano passado por Musharraf. Na sexta-feira, Sharif ampliou para quarta seu ultimato e reiterou que deixará a coalizão se os juízes não forem restituídos. Mas também concordou com a realização de um debate no Parlamento na próxima semana sobre o caso.
Sharif e Zardari haviam deixado sua antiga rivalidade de lado e se unido contra Musharraf, mas com a saída do presidente agora eles devem reviver suas diferenças, dizem analistas.
Fonte: Estadão