Série

Efeito Halo: padre Sandro Santos reflete sobre feridas emocionais, “solo onde a inveja cria raízes”

O padre Sandro Santos em série especial para o ClickPB com o título: “Efeito Halo” promove uma imersão de 21 dias com reflexões e desafios para libertar e fortalecer a mente através da fé e oração. O foco da série se dá sobre a inveja, para entender e combater esse mal. Hoje o religioso comenta sobre as feridas emocionais, “o solo onde a inveja cria raízes”.

De acordo com o padre Sandro Santos, “a inveja não nasce antes do que o outro tem, nasce do que acreditamos que nos falta. E essa crença raramente surge no presente, quando há sempre herança do passado. Cada vez que sentimos inveja, não estamos reagindo àquela pessoa específica, mas uma cicatriz emocional que está sendo tocada, pois isso que dois indivíduos podem reagir de formas completamente diferentes a uma mesma situação. Um celebra e o outro se corrói. O que muda não é o fato externo, mas o território interno onde ele cai. A psicologia chama isso de memórias emocionais implícitas. Experiências marcantes que ficam armazenadas em regiões do cérebro como a amígdala e o hipocampo, e moldam nossa forma de perceber o mundo, mesmo quando não tenhamos lembrança consciente delas”.

O sacerdote ainda destaca que “essas memórias não são lembradas como fatos, mas como sensações. Elas criam lentes invisíveis que filtram a realidade. Se crescemos, sentimos que não éramos suficientes. Toda conquista alheia parecerá uma prova disso. Se somos ignorados, a alegria do outro parece um lembrete cruel de nossa invisibilidade. O Halo Effect. Ativa com mais força quando encontra esse terreno fértil. Ele não apenas exagera a percepção do bem ali, ele ativa nossas feridas. Não é algo que o outro seja melhor. É que ele acende memórias de quando não fomos escolhidos, quando não fomos valorizados ou não fomos amados. Então inconscientemente o cérebro associa o sucesso alheio à nossa dor. A inveja, nesse sentido, é como um reflexo condicionado e um estímulo presente. E o brilho do outro desperta uma emoção antiga. A sensação de não valer nada, de ser invisível, de não ter valor”.