Políticos foram vaiados nesta quinta-feira (12), data de celebração do Jubileu de 300 anos da Padroeira do Brasil, no Santuário Nacional de Aparecida. A organização convidou autoridades, incluindo o presidente Michel Temer (PMDB) – que gravou um vídeo lembrando a data e enviou o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB), para representá-lo.
No entanto, no contexto da festividade católica, a ausência de Temer foi criticada. “Se eu fosse presidente do Brasil, eu viria, não é?”, disse o reitor do Santuário Nacional, padre João Batista, a jornalistas, após a missa campal.
“Eu acho que é uma questão até de assessoria. Vai ver os assessores não atentaram para isso. Olha, é a padroeira do Brasil. É algo importante. Mas a gente respeita”, afirmou o sacerdote.
Batista citou como exceção o governador Geraldo Alckmin (PSDB), declaradamente católico, que disse frequentar Aparecida desde quando era prefeito da vizinha Pindamonhangaba.
“Nós convidamos, claro, mas não é tradição”, comentou o padre, que disse não ter recebido justificativa formal.
Alckmin levou seus secretários, Rodrigo Garcia (Habitação) e Samuel Moreira (Casa Civil). Sentou-se na primeira fila durante a missa solene,
realizada na área externa do santuário. Além dos ministros Imbassahy e Gilberto Kassab (PSD), de Ciência, Tecnologia e Comunicações.
As autoridades foram vaiadas brevemente quando foram anunciadas no início da cerimônia. “Não ouvi vaia nenhuma”, respondeu Alckmin, quando questionado sobre a manifestação do público.
Na sequência, “sobre corrupção”, citou uma frase que atribuiu ao poeta parnasiano Olavo Bilac. “Há no interior de cada homem e de cada mulher um demônio que ruge e um demônio que chora”, disse o governador. “O ser humano é imperfeito em qualquer país. O que não pode é ter impunidade.”
Alckmin comentou o resultado do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal), que nesta quarta-feira votou que cabe ao Congresso decidir pelo afastamento de um parlamentar sob investigação.
A decisão afeta diretamente seu colega de partido, o senador mineiro Aécio Neves, que foi afastado pela Primeira Turma do Tribunal.
“Os poderes são independentes. A decisão do Supremo foi correta no sentido de evitar uma crise constitucional”, afirmou o governador.