Religião

Romeiros lembram dez anos de morte de Frei Damião

Romeiros participam, nesta quinta-feira (31), no Recife, em Pernambuco, das celebrações pelos dez anos de morte de Frei Damião de […]

Romeiros participam, nesta quinta-feira (31), no Recife, em Pernambuco, das celebrações pelos dez anos de morte de Frei Damião de Bozzano, um dos missionários mais populares da Igreja Católica na história do país. Durante 66 anos, o frade se dedicou a percorrer mais de 800 cidades do Nordeste, fazendo pregações.

Seis ônibus com romeiros do Ceará vão participar das celebrações. Pelo menos 1,5 mil pessoas deverão prestar homenagens a frei Damião.

A Capela de Nossa Senhora da Graças, no Convento de São Felix de Cantalice, onde está enterrado Frei Damião, será o centro das atividades. Às 8h, será rezado o terço em homenagem ao religioso, seguido de missas ao longo do dia.

A principal delas, que acontecerá às 17h, será celebrada pelo Frei Evandro Fernandes, guardião do convento, e também encerrará as festividades do mês de maio, dedicado a Nossa Senhora.

A partir das 19h20, horário exato da morte de Frei Damião, serão soados os sinos da capela em memória do religioso.

A Assembléia Legislativa de Pernambuco também vai homenagear o frade, realizando uma sessão especial no fim da tarde. As homenagens acontecem desde o fim-de-semana. Somente no domingo (27), cerca de 50 mil pessoas, vindas em caravanas de vários estados, visitaram local onde está o túmulo do frade.

Processo de beatificação
Frei Damião já está na fila de canonização no Vaticano. Existem três etapas para a canonização: a constatação da virtude, ou martírio; a comprovação do milagre para a beatificação; e, finalmente, a aceitação do milagre para a canonização.

O Frei Rinaldo Pereira dos Santos, vice-postulante da causa de beatificãção e canonização de Frei Damião, iniciada em 2003, explica que, até dezembro, a primeira etapa da causa, de levantamento da documentação sobre os feitos do frade, deverá estar concluída.

Esses documentos serão enviados para a Sagrada Congregação para a Causa dos Santos, em Roma, que irá avaliar o que foi recolhido e autorizar ou não o prosseguimento do processo. Em fases posteriores, deverá ser organizada uma biografia do frei e, depois, o registro de milagres atribuídos a ele.

Soldado na Itália
No dia 5 de novembro de 1898, em Bozzana, Norte da Itália, nascia Pio Gianotti (o Frei Damião), filho do casal de camponeses Félix e Maria Giannotti. Desde criança, era um rapaz interessado em religião. Aos 12 anos, começou a estudar na Escola Seráfica de Camigliano e, em maio de 1914, ingressou na Ordem dos Capuchinhos.

Os estudos foram interrompidos cinco anos depois, quando teve que servir ao Exército italiano. Durante três meses, foi soldado, chegando a participar, em campo de batalha, da Primeira Guerra Mundial. Depois da experiência militar, voltou a se dedicar à religião até ser ordenado sacerdote, na Igreja de São Lourenço de Brindsi, em Roma, no dia 25 de agosto de 1923.

A carreira religiosa foi levada a sério. Em 1925, Frei Damião foi diplomado em Teologia Dogmática, Filosofia e Direito Canônico, pela Universidade Gregoriana de Roma. Ocupou o posto de vice-mestre de noviços do Convento de Vila Basílica e, três anos depois, tornou-se professor e diretor do Convento de Massa, em Roma. A dedicação do frei atravessou o oceano.

Conservador e popular
Em 1931, chegou ao Convento dos Capuchinhos, no Recife, mas não limitou sua atuação à capital de Pernambuco. Suas missões pelo Interior do Nordeste ficaram famosas. Multidões se formavam para ouvir suas palavras. Representantes da ala mais progressista da Igreja Católica ficaram incomodados com sua popularidade e com seu discurso conservador, com ameaças de ‘fogo do inferno’ para os pecadores.

Em pouco tempo, tornou-se personalidade em toda a região e passou a ser associado à realização de milagres. Ficou conhecido como figura santa, sobretudo, pela população mais humilde. A Igreja nunca oficializou essa condição, mas políticos passaram a cortejá-lo, oferecendo títulos de cidadão honorário em dezenas de cidades. Apesar disso, o religioso sempre rejeitou se envolver com partidos políticos.

Em meados da década passada, seu estado de saúde ficou frágil. Em maio de 1997, passou 25 dias internado no Hospital Português, no Recife. No dia 31, os graves problemas de insuficiência respiratória causaram sua morte, aos 98 anos, que provocou imensa comoção em todo o Nordeste. Durante três dias, seu corpo, embalsamado, foi velado na Basílica da Penha e no Estádio do Arruda.

O sepultamento, no Convento dos Capuchinhos, no bairro do Pina, atraiu milhares de fiéis e várias autoridades.

G1

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