Páscoa

Saiba as diferenças e semelhanças entre a Páscoa cristã e judaica

Neste domingo (01), será comemorado por judeus e cristãos a solenidade da Páscoa

Saiba as diferenças e semelhanças entre a Páscoa cristã e judaica

Diferenças e Semellhanças entre a Páscoa e a Pessach — Foto:Reprodução

A solenidade da Páscoa será comemorada neste domingo (01),
por judeus e cristãos, cada um a sua maneira. 

Os judeus se referem à festa pelo seu nome original,
Pessach, de origem hebraica que quer dizer “passagem”. Segundo o
rabino Michel Schlesinger, da Confederação Israelita do Brasil (Conib), a
Pessach “é a festa que comemora a passagem do povo israelita da escravidão
do Egito para a libertação da Terra Prometida, através da travessia do Mar
Vermelho”.

Os cristãos se referem à solenidade como Páscoa, originada
da palavra “Pessach”, que também está associada à ideia de
“passagem”, da morte para a vida, sendo a solenidade mais celebrada e
importante para o cristianismo, até mesmo que o Natal, que celebra o nascimento
de Jesus.

Segundo o teólogo Isidoro Mazzarolo da PUC-Rio, “a
vitória de Jesus sobre a morte é o que confere sentido ao cristianismo. ‘Se
Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé! ‘”, citando a
Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 15, 17.

A Pessach está centrada na memória de Moisés, pois segundo o
Livro do Êxodo, ele recebeu a missão de libertar os israelitas da opressão do
faraó e, pelos próximos 40 anos, guiá-los até a Terra Prometida.

Enquanto a Páscoa foca na figura de Jesus, pois os cristãos
acreditam que Jesus é o Messias e que ele voltará.

Para o rabino Schlesinger, “Os cristãos acreditam que
Jesus é o Messias. Ele já veio e, um dia, voltará. Nós, judeus, reconhecemos
que Jesus foi um rabino que disseminou uma mensagem muito positiva de amor e
respeito ao próximo, mas não o consideramos o Messias. Para nós, o Messias
ainda não chegou”.

A Páscoa e a Pessach são comemorações que não coincidem,
porém este ano as solenidades caem no mesmo dia: 1º de abril.

Judeus e cristãos até meados do século 4, comemoravam a
Páscoa e Pessach no mesmo dia, mas como o significado é diferente, os novos
convertidos ao cristianismo na Europa e Oriente Médio reivindicou a mudança,
sendo mudada pelo Imperador Constantino Magno que em uma convocação ao Concílio
de Niceia, alterou a comemoração da ressurreição de Jesus sempre no primeiro
domingo depois da primeira lua cheia ocorrida após (ou no dia) do equinócio da
primavera no hemisfério norte (e do outono no hemisfério sul). Ou seja, em
geral, depois da Páscoa judaica, que começa a ser celebrada na primeira lua
cheia do mesmo equinócio (e pode cair num dia de semana). 

O equinócio, a propósito, é o nome dado à época do ano em
que o dia e a noite tem a mesma duração em todos os países do mundo.

Tudo ia bem até 1582, quando o papa Gregório 13 resolveu
instituir o calendário que leva seu nome, o gregoriano. Na ocasião, a Igreja
Ortodoxa não aprovou a mudança e continuou a se basear pelo calendário Juliano,
instituído por Júlio César no ano 46 a.C., para comemorar a Páscoa. 

A Igreja Romana comemora em uma data e a Ortodoxa em outra.
Este ano católicos romanos celebrarão a ressurreição de Jesus no dia 1º de
abril, e os ortodoxos, no dia 8. 

A Páscoa é uma solenidade tão importante que um dia só é
pouco. Por essa razão, judeus e cristãos levam oito dias para festejar,
respectivamente, a passagem do cativeiro à liberdade e da morte à vida. 

Os cristãos marcam a Semana Santa com missas especiais como
o lava-pés na quinta-feira e a procissão do enterro na sexta, dia em que muitos
fiéis evitam comer carne vermelha em respeito à morte de Cristo. No domingo,
muitas famílias com crianças celebram a tradição da busca por ovos escondidos,
adotada de rituais pagãos. Os ovos de Páscoa se tornaram, com o passar do
tempo, um dos símbolos mais conhecidos da data. 

Já os judeus não podem comer nada feito à base de farinha.
Macarrão, pizza e lasanha? Nem pensar! Uma iguaria que não pode faltar à mesa é
o pão ázimo, feito só de trigo e água, sem fermento. Conhecida como matzá,
simboliza a pressa do povo hebreu ao fugir da escravidão no Egito. 

“Durante a Pessach, comemos ervas amargas para lembrar
a amargura da escravidão, mas também bebemos vinho para recordar a doçura da
liberdade. Não somos nem escravos nem livres. Ainda estamos no caminho”,
diz o rabino Michel Schlesinger.

 

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