Saúde

Atividades motoras e intelectuais ajudam idosos a manter habilidades

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Diz o ditado que macaco velho não aprende truque novo. Mas, num país em que crescem a expectativa de vida e a população de idosos, multiplicam-se os casos que contrariam essa máxima: são homens e mulheres que, após os 60 anos, decidiram aprender coisas novas e que têm se saído muito bem nesse processo.

O casal Osmar e Deusa Ribeiro integra esse grupo. Aos 74 anos, ela decidiu aprender a tocar piano. “Sempre gostei de música. Quando era pequena, olhava para as teclas do piano e ficava me perguntando: “Como sai música desses pauzinhos?”. Mas nunca fui estimulada a aprender a tocar”, lembra.

O estímulo veio do marido, Osmar, 73, que aprendeu a tocar piano há cerca de cinco anos. “É uma sensação maravilhosa”, diz ele, após exibir seus dotes artísticos. Deusa ainda se mostra tímida antes de tocar e se irrita quando os dedos não encontram a nota, mas, assim que a música termina, deixa escapar uma pontinha de orgulho com a nova habilidade. “Minha professora de piano disse que, se todos os alunos dela fossem como eu, seria ótimo.”

Não existe idade limite para aprender novas habilidades, e pesquisas mostram que, em pessoas ativas, a queda normal das capacidades cognitivas é muito sutil e não afeta significativamente a aprendizagem. Mas esse é um conceito que só recentemente começou a ganhar espaço –o Estatuto do Idoso, em vigor desde o início de 2004, exige que o governo também se responsabilize pela educação dos idosos.

“Existe a crença de que, na terceira idade, há um decréscimo das habilidades, especialmente da memória e da flexibilidade de pensamento. Em pessoas ativas, isso não é verdade”, afirma Irani Argimon, especialista em envelhecimento e professora da Faculdade de Psicologia da PUC do Rio Grande do Sul. “Há uma perda natural das células, mas o declínio é leve.”

No ano passado, ela concluiu uma pesquisa sobre a capacidade cognitiva de pessoas com mais de 80 anos. O trabalho analisou a variação de habilidades como memória e atenção num período de três anos e descobriu que as pessoas mais ativas e com maior escolaridade eram mais protegidas contra a perda dessas capacidades.

“É o mesmo que ocorre com os músculos. Eles se desenvolvem quando você se exercita e atrofiam quando você fica muito tempo parado. Estímulos como ler jornais, estudar e ficar atento ao que se passa no mundo são capazes de gerar alterações positivas”, diz.

Uma dessas alterações está relacionada à diversificação das células cerebrais. “O estudo ajuda a desenvolver a rede de neurônios”, afirma o médico Luiz Roberto Ramos, diretor do Centro de Estudos do Envelhecimento da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Isso significa que a diminuição de neurônios, que costuma ocorrer após os 50 anos, não afetará tanto aquelas pessoas que estão em contato com atividades estimulantes intelectualmente –nelas, as células cerebrais estarão mais adaptadas para, mesmo em menor número, continuar a “dar conta do trabalho”, diz Ramos.

Fonte: AMARÍLIS LAGE da Folha de S.Paulo

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