O ex-presidente da Associação Paraibana de Hospitais, Ítalo Kumamoto, que é um dos diretores da entidade, fez um apelo público, nesta sexta-feira (27), para que a Prefeitura de João Pessoa (PMJP) implante com urgência o serviço de cardiologia e coloque o serviço de hemodinâmica para funcionar no Hospital Santa Isabel, para atender à população carente que necessita de atendimento de cardiologia pelo SUS.
O médico disse que conversou com o secretário de Saúde Adalberto Fulgêncio e ele assegurou que máquina de hemodinâmica já chegou e é uma prioridade da prefeitura. “A gente não está fazendo crítica a ninguém, está apenas dizendo que é fundamental que a gente tenha um serviço público de qualidade que funcione vinte e quatro horas por dia”, disse o cardiologista.
Kumamoto também manifestou preocupação com as máquinas de hemodiálise que estão encaixadas, sem funcionamento, no Hospital Santa Isabel. Os equipamentos foram adquiridos ainda na gestão do ex-prefeito Luciano Agra e correm o risco de ficarem obsoletas. “Se elas ficam encaixadas, passa o tempo de garantia, perde tudo”, disse Ítalo Kumamoto.
Para o cardiologista, os casos crônicos ainda são atendidos, mas os casos agudos são os mais problemáticos.
Os hospitais Monte Sinai e Dom Rodrigo atendem cardiologia pelo SUS. “Mas a situação grave são os agudos, porque quando eu tenho o crônico – marcapasso, cirurgia de revascularização – a gente tem alguma dificuldade, mas a gente consegue. Há uma boa vontade dos hospitais de fazer, mesmo com dificuldades. O grande problema é o agudo. É aquele que teve o infarto agora, que está na UPA, no hospital ou em qualquer lugar, com uma dor no peito, com o diagnóstico de infarto, o único plano que ele tem é o SUS, essa é a situação grave, porque a gente não tem”, disse Kumamoto. Segundo ele, o tratamento de infarto tem que ser o mais rápido possível. “E se baseia em angioplastia, abrir a artéria, então eu preciso desse equipamento funcionando vinte e quatro horas por dia”, completou.
Ítalo Kumamoto lamentou a situação da saúde em todo o estado, mas afirma que não é difícil de resolver. “Essa situação só se resolve com decisão política”, disse.