
Durante todo o mês de junho, acontece a campanha “Junho Violeta”, criada para prevenção do Ceratocone, uma doença que acomete o olho. A campanha tem o intuito de orientar a população sobre a doença, os avanços no seu diagnóstico e a importância do seu acompanhamento e tratamento. Em entrevista ao ClickPB, nesta segunda-feira (16), a médica oftalmologista, especialista em Ceratocone, Amanda Gadelha destaca que a campanha feita pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) traz a necessidade de orientações aos pais para levarem seus filhos ao oftalmologista para consulta periódica como uma das estratégias de combater e até de amenizar possíveis complicações da doença ainda na infância.
“Crianças, jovens e adultos com suspeita do ceratocone devem procurar um oftalmologista para evitarem maiores complicações que podem prejudicar a visão. Exames são feitos e, caso haja, a identificação da doença, é possível ser beneficiado com tratamentos e cirurgias que ajudam a amenizar a progressão dessa doença”, explicou ao ClickPB.
Alguns dos principais sintomas são a dificuldade para enxergar, a coceira nos olhos, uma sensibilidade além do normal com luz forte chamada de fotofobia e alergias que podem acionar um processo inflamatório no olho. Quem tem ceratocone sofre com uma visão turva, sem nitidez e que refrate os objetos visualizados como um caleidoscópio. O ceratocone pode atrapalhar o desenvolvimento escolar e social, além de trazer sérios transtornos com a falta da visão.
Segundo a oftalmologista Amanda Gadelha, com o avanço das tecnologias na medicina já é possível reabilitar a visão mesmo já acometida pelo ceratocone, que tem origem genética, mas pode ser agravada por fatores, como alergias e coceira. “Detectar e confirmar a existência desta doença ocular é um dos principais pontos de partida para conseguirmos mais chances de reabilitar esse olho acometido pelo ceratocone”, destacou.
A medicina define o Ceratocone como sendo uma doença progressiva da córnea que evolui com o aumento da curvatura equivalente a um cone, com afinamento e protrusão deste tecido, gerando um embaçamento ou distorção visual causado pelo astigmatismo irregular que dificulta o uso de óculos ou até de lentes de contato. O ato de coçar os olhos em quem tem predisposição é um dos principais agravantes.
Devido à combinação de fatores ambientais e genéticos, o exame oftalmológico associado a exames complementares norteiam o tratamento a ser estabelecido. “É preciso individualizar o tratamento, cada paciente vai precisar ser acompanhado de uma forma diferente. Quem tem ceratocone vai sempre precisar de acompanhamento para não deixar o ceratocone evoluir e chegar a precisar de um transplante de córnea. Hoje, com os tratamentos que temos conseguimos tirar o paciente de um transplante de córnea ou postergar o transplante, mas principalmente ajudar na reabilitação visual, com óculos ou lentes de contato, já em casos mais graves temos formas de reabilitar a visão com crosslinking, anéis intracorneanos e até transplante de córnea”, explicou.