EM JOÃO PESSOA

Com cateterismos paralisados, médicos pedem complementação de repasse

Imagens: Walla Santos

Com aproximadamente 100 dias sem realizar procedimentos de cateterismo em João Pessoa através do Sistema Único de Saúde (SUS), o Conselho Regional de Medicina Paraíba (CRM-PB) resolveu reunir na manhã desta quarta-feira (17), entidades médicas, representantes de hospitais, a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde e os secretários de saúde da Capital e do Estado para discutir a situação e pedir uma complementação em cima do repasse realizado pelo SUS. 

De acordo com o 1º secretário do CRM-PB, o cardiologista Marcelo Queiroga, o problema decorre pela falta de atualização da tabela do SUS. Segundo ele, tem mais de sete anos que os valores para procedimentos de assistência cardiovascular de alta complexidade não foram reajustados, o que vem criando uma situação de insolvência na rede hospitalar, principalmente, no que se refere aos honorários médicos. 

“Aqui em João Pessoa esse serviço de cateterismo é prestado por dois hospitais, o Dom Rodrigo e Monte Sinai, e esses serviços de exames eletivos estão suspensos a aproximadamente 100 dias. Enfatizo, que isso é uma questão nacional, embora que existam estados onde, que Governo do Estado e Prefeitura faz uma complementação em cima da tabela básica que o Ministério da Saúde reembolsa para esses hospitais”, explicou o cardiologista. 

Ainda conforme o cardiologista, os cateterismos de urgência têm sido atendidos, “mas o nosso receio é que a rede não consiga viver com essa tabela tão defasada e deixe até de atender essas questões de urgências”, ressaltou. Ele ainda explica que para resolver o problema é preciso que haja um entendimento entre o Estado da Paraíba e a Prefeitura Municipal de João Pessoa no sentindo de melhoras os valores da tabela da SUS para que os hospitais voltem a atender com regularidade. 

A Promotora de Justiça da Saúde de João Pessoa, Maria das Graças Azevedo, disse que o Ministério Público vai agir como mediador entre as entidades para tentar resolver o problema. “Existe um procedimento em nível de Procuradoria da República já vem tentando dirimir o problema, mas enquanto isso, vamos tentar fazer um acordo, porque na realidade os exames tem que continuar. Acredito que já tenha havido óbitos pela falta do exame”, ressaltou. 

O Presidente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, Marcelo Cantarelli, que também participou da reunião no CRM, informou que a tabela do SUS não tem reajuste desde 2007, o que vem causando a inviabilidade de sobrevivência dos hospitais e médicos da área. “Com a inflação do período, a nossa área de atuação tem uma particularidade, pois os materiais que são utilizados são todos importados, e temos o aumento do dólar. Essa é uma situação muito fácil para todo mundo entender o quanto critica é essa situação”, explicou. 

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