Uma fiscalização feita pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) feita na última semana ao Hospital de Ortotrauma de Mangabeira constatou diversas irregularidades. Em comparação a uma fiscalização feita em 2016, “as regularidades encontradas nos casos anteriores não foram sanadas. Algumas até agravadas”, de acordo com João Alberto, diretor de Fiscalização do CRM-PB em entrevista ao ClickPB. O aparelho de Tomografia, por exemplo, permanece quebrado.
O relatório elaborado após a visita recomenda que um dos centros cirúrgicos do hospital seja interditado. “Para evitar prejuízo ainda maior para a população, sugerimos a interdição ética de um dos dois centros cirúrgicos”, explica João Alberto. Esse pedido de interdição ética deverá ainda ser analisado pela diretoria do CRM e até a próxima semana o Conselho decide se acata a sugestão da fiscalização. O relatório também é encaminhado ao Ministério Público, à Procuradoria da República, à Secretaria de Saúde, à Direção do Hospital e à Vigilância Sanitária.
De acordo com o relatório da fiscalização uma alternativa para que o centro cirúrgico funcione totalmente é fechar um dos dois existentes no Trauminha e transferir todo o material para o outro. Ainda segundo o diretor de Fiscalização, “a escolha ficaria a critério da direção do hospital”.
Além da interdição ética, João Alberto pretende suspender o treinamento de alunos e médicos residentes na unidade de saúde. “Como é que a gente vai treinar um pessoal em um hospital tão precário quanto esse?”, questiona o médico.
Dentre as irregularidades elencadas por João Alberto, estão a ausência de plantonista na sala vermelha. “O plantonista não tinha chegado. Isso vai gerar um processo de sindicância contra o médico que nós encontramos ser o faltoso”, afirmou.
A falta de roupa hospitalar também é visível na unidade de saúde, tanto para os profissionais quanto para os pacientes. De acordo com João Alberto, “a maioria das camas lá estava sendo forrada por lençóis e fronhas trazidas de casa pelos pacientes”.
Nos blocos cirúrgicos, a principal constatação é a falta ou pouca quantidade dos equipamentos necessários para os procedimentos. “Houve reclamação de vários médicos inclusive quanto à disponibilidade de materiais para as cirurgias que estavam em curso”, ressaltou o diretor de Fiscalização do CRM-PB.
Devido à escassez de equipamentos, João Alberto explica que “para equipar a sala de procedimentos cirúrgicos, os equipamentos são retirados de outras salas, desfalcando essas salas e impedindo a realização de procedimentos mais seguros naquelas salas desfalcadas”. Ele ainda afirmou que não foi encontrada demanda reprimida de cirurgias, “porém, constatamos registros no livro de ocorrências a suspensão de cirurgias por falta de material”.
Além destes problemas já apontados, tanto a higiene quanto a manutenção do Trauminha é considerada como precária. “Encontramos problema de higiene sério em todo o hospital”, relatou João Alberto. As enfermarias também apresentam desconforto, principalmente no que diz respeito à ventilação e climatização. “Era comum a ausência de janelas nas enfermarias, algumas com ar condicionado, mas nem todas funcionando. Em todas as enfermarias constatamos que os banheiros não possuem ventilação e estão em condições precárias”, comentou João Alberto.
Também é visível, de acordo com o diretor de Fiscalização, a falta de medicamentos na unidade de saúde. Os problemas na sala de sutura também são destacados no relatório de fiscalização do CRM-PB. “Não é uma sala estéril. É uma sala em que você pode fazer uma sutura e sair com uma infecção”, alertou.
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