O número de mortes humanas por gripe aviária superou a marca de cem vítimas em todo o mundo após a confirmação da morte de três pessoas no Azerbaijão, segundo anunciou nesta terça-feira uma fonte oficial em Baku.
Estas três novas vítimas elevam para 101 o número de mortos desde o começo da epidemia em 2003.
Segundo a porta-voz do Ministério da Saúde do Azerbaijão, Samaya Mamedova, o vírus foi identificado nas três pessoas mortas graças a um exame feito pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
As vítimas, que morreram nas últimas semanas, são habitantes da região de Salyan, situada 120 km a sudoeste da capital.
As análises não confirmaram a presença do vírus H5N1 em outros seis habitantes da mesma região que foram hospitalizados com sintomas similares aos da gripe aviária.
Segundo o porta-voz da OMS em Genebra, as pessoas afetadas possuíam pássaros que haviam ficado doentes nas semanas anteriores, mas o mal que acometeu as aves foi ignorado.
Recentemente, as autoridades azerbaijanas haviam decretado uma quarentena nesta região, depois da morte de uma pessoa em fevereiro, mas sem informar sobre as restrições impostas entre Salyan e Baku.
O vírus H5N1 surgiu em pássaros, no começo de março, na região de Gilyazi, próximo do mar Cáspio, onde quase 500 mil aves foram sacrificadas. Também foi constatada a presença do vírus na Rússia, Ucrânia e Geórgia.
O Azerbaijão faz fronteira com o leste da Turquia, onde foram registradas quatro mortes devido à gripe aviária. Seus outros vizinhos são Armênia, Geórgia, Irã e Rússia.
Até agora, o país mais atingido no mundo pelo vírus H5N1 é o Vietnã, com 93 casos humanos e 42 mortos devido à doença que se propaga por meio do contato com pássaros contaminados.
A OMS registra apenas os casos confirmados pelos laboratórios que são homologados pela instituição.
Nesta terça-feira pela manhã, a organização ainda não havia registrado os três mortos azerbaijanos.
A Indonésia registra 29 casos, 22 dos quais fatais. Tailândia, 22 casos e 14 mortais, e China, 15 casos, dos quais dez foram fatais.
Doze pessoas foram infectadas na Turquia, sendo que quatro delas morreram. Duas pessoas infectadas morreram no Iraque e quatro no Camboja.
Até agora, a contaminação dos seres humanos ocorreu por meio dos pássaros. Os especialistas temem uma mutação do vírus que produziria uma variante transmissível diretamente entre os seres humanos, o que provocaria uma pandemia global.
Transportado pelos pássaros migratórios, o vírus avança lentamente para o oeste. A Suíça confirmou ontem dois novos casos de contaminação de pássaros silvestres pelo vírus H5N1. A Polônia aguarda os resultados de análises feitas em um pato silvestre doente.
Na Ásia, o continente mais atingido, a Malásia começou a sacrificar as aves e pôs em quarentena quatro criações.
No Afeganistão, a gripe aviária afetou criações de Cabul e da Província oriental de Nangahrar.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) previu que a gripe aviária terá um impacto “forte, mas pouco duradouro” sobre a economia mundial.
Fonte: Folha Online
