
As inovações no tratamento do melasma trazem uma nova esperança para aqueles que enfrentam essa condição
O melasma é uma condição de hiperpigmentação ou hipermelanose que ocorre mais frequentemente na face. Caracteriza-se por manchas assintomáticas, com disposição simétrica e bordas irregulares, variando de marrom claro a escuro, afetando principalmente áreas expostas ao sol.
O melasma pode ocorrer em homens e mulheres de todas as etnias e tipos de pele, mas é especialmente prevalente em mulheres, podendo afetar até 30% daquelas em idade reprodutiva.
A causa exata é desconhecida, mas fatores como predisposição genética, desregulação hormonal, exposição intensa à radiação ultravioleta (UV), processos inflamatórios, alterações tireoidianas, estresse e uso de pílulas contraceptivas têm sido identificados como importantes na origem da doença.

Embora assintomático, o melasma é uma condição com um impacto significativo na aparência, causando sofrimento psicossocial e emocional que afeta negativamente a qualidade de vida e a autoestima dos indivíduos afetados. O manejo terapêutico é desafiador, exigindo tratamentos prolongados e o uso de múltiplas abordagens.
Uma estratégia eficaz no tratamento, envolve incluir na dieta alimentos ricos em compostos bioativos, antioxidantes, anti-inflamatórios e com ação fotoprotetora, tais como
- Frutas Cítricas: Como laranja, limão e acerola, são ricas em vitamina C, que inibe a ação da tirosinase, uma enzima necessária para a síntese de melanina, clareando manchas escuras e promovendo um tom mais uniforme na pele
- Oleaginosas: São ricas em vitamina E (alfa-tocoferol) que atua na despigmentação da pele pela inibição da produção de melanina e pelo aumento do conteúdo intracelular de glutationa peroxidase (enzima antioxidante). O α-tocoferol também pode absorver a radiação ultravioleta e retardar a melanogênese
- Frutas Vermelhas: Como açaí, romãs, morango, mirtilos e amoras são ricas em carotenoides precursores da vitamina A, com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antipigmentantes. Os carotenoides têm a capacidade de bloquear a melanogênese através de diversas vias de sinalização e auxiliam no clareamento da pele por inibição da ação da tirosinase e da síntese de melanina
- Polypodium leucotomos: Contém compostos fenólicos que atuam como fotoprotetores. Um estudo controlado, randomizado e duplo-cego realizado em 2018 avaliou os efeitos do Polypodium em asiáticos com Melasma. O grupo de intervenção (n = 20), já em tratamento da doença (uso de filtro solar cutâneo fator 50 e hidroquinona tópica na concentração de 4%), recebeu, por 12 semanas, 480mg do extrato de Polypodium leucotomos (Fernblock®) dividido em duas doses diárias. Como resultado, o grupo de intervenção teve o clareamento da pigmentação acelerado em comparação ao grupo placebo
- Tomate: Um estudo controlado randomizado com 55g de molho de tomate enriquecido com 16mg de licopeno no azeite de oliva por 12 semanas mostrou uma redução da metaloproteinase-1 e dano ao DNA mitocondrial causados pela exposição aos raios UV. Assim, demonstrando que o licopeno é um importante antioxidante e fotoprotetor oral
- Romã: É conhecida por conter punicalaginas e ácido elágico, compostos que oferecem benefícios significativos no tratamento do melasma. Esses ingredientes possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que ajudam a diminuir a hiperpigmentação causada pela doença, combatendo os radicais livres e promovendo o clareamento das manchas escuras
- Mamão: Contém a enzima papaína, que atua como um excelente esfoliante natural na renovação celular da pele e na redução da melanina, clareando manchas escuras e promovendo um tom de pele mais uniforme
- Vegetais de folhas verdes: Como couve, espinafre e brócolis contêm antioxidantes como betacaroteno, licopeno e luteína, que ajudam a proteger a pele dos danos induzidos pelos raios UV
Melasma no Brasil
O melasma afeta 35% das mulheres no Brasil entre 20 e 60 anos e impacta bastante a qualidade de vida de quem sofre com o problema. Durante o intenso verão brasileiro, o melasma torna-se um assunto frequente nas conversas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), 35% das mulheres entre 20 e 60 anos sofrem com essa condição, caracterizada por manchas escuras na pele. A biomédica esteta Camila Mendes compartilha valiosas orientações sobre os mais recentes tratamentos e o impacto psicológico dessa condição.