Sub-notificação

Regulação atrasa exames e sobram mamografias do SUS no Napoleão Laureano

Médica reclama da regulação da Secretaria de Saúde de João Pessoa e diz que, enquanto sobram vagas para exames, sobram usuárias sem encaminhamento na fila de espera.

Hospital Napoleão Laureano, Salário, Atraso

Hospital Napoleão Laureano (Foto: Walla Santos)

O serviço de Regulação de consultas de mamografia em João Pessoa tem uma demora de algumas semanas para agendar os procedimentos para as pacientes que passam pelas Unidades de Saúde da Família na cidade. No entanto, o Hospital Napoleão Laureano, um dos locais que realiza este tipo de exame para a rede pública municipal na cidade, sempre fica com vagas disponíveis no final do mês.

Segundo a responsável pelo setor de mamografias do Hospital, Joana Marisa de Barros, a regulação autoriza todos os meses no hospital 1000 mamografias. “As usuárias do serviço vêm sempre direcionadas pela regulação. Fazem as consultas no SUS, os médicos autorizam os procedimentos e elas vão para a regulação para marcar. É aí que começa a demorar”, explicou a médica.

Enquanto todos os meses o hospital tem vagas sobrando para o procedimento, a fila de espera na regulação continua crescendo, e pode demorar meses para que um procedimento seja realizado.

“Por isso nós resolvemos tentar mudar a forma de proceder neste mês e pedimos que a regulação pré-agendasse 306 procedimentos até o dia 30 de abril. Como pré-agendamento, tudo o que as usuárias precisam fazer é ir até o médico, fazer a consulta, pedir o exame e marcar diretamente com o hospital”, orientou.

Com a ideia anunciada, o telefone do serviço não parou de tocar e em apenas algumas horas as vagas foram totalmente preenchidas. “Queríamos mostrar para a regulação que é possível ocupar todas as vagas. Foi um experimento teste. Precisamos conversar com a Secretaria de Saúde para organizar isso”, disse.

Todos os anos na Paraíba precisariam  ser realizados cerca de 90 mil exames para que seja alcançada a cota de 70% do público alvo, que é formado por mulheres na faixa etária entre 40 e 70 anos. Não passamos nem perto desse número. “Chegamos em 2016 a 15 mil exames, mesmo com a campanha do outubro rosa os exames ainda são sub-notificados”, explicou a médica que acredita que grande parte do fracasso das campanhas se dá por conta da demora na realização dos procedimentos.

Outras clínicas realizam o procedimento em João Pessoa. O Hospital São Vicente de Paula e as clínicas Azuir Lessa e Unirad. “A secretaria diz que é possível agendar em duas semanas, mas não é assim”, lamentou.

Enquanto sobram vagas em uma ponta, sobram usuárias precisando dos exames na outra. “É enorme a discrepância entre o que precisamos oferecer e o que conseguimos. Isso tem que mudar”, afirmou. Aos usuários cabe o papel de cobrar da regulação o agendamento dos exames. “Disponibilidade nos hospitais há. Isso precisa mudar”, concluiu a médica.

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