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Sangue menstrual para a beleza da pele? Médicos desaprovam o hábito que virou febre nas redes, entenda

Especialistas garantem que não há indicação científica e o procedimento pode fazer mal ao organismo.

Sangue menstrual para a beleza da pele? Médicos desaprovam o hábito que virou febre nas redes, entenda

As adeptas dizem que serve como um rejuvenescedor, ajuda na prevenção de rugas, além de deixar a pele macia e hidratada. — Foto:Reprodução

Mesmo sem indicação médica ou estudos que comprovem a eficácia, cresce o número de mulheres que utilizam o sangue menstrual como um tipo de máscara facial. As adeptas dizem que serve como um rejuvenescedor, ajuda na prevenção de rugas, além de deixar a pele macia e hidratada.

A influenciadora Mimi Boliviana, com mais de três milhões de seguidores em suas redes sociais, é uma delas. Ela afirma que segue a prática por estética. Começou há cerca de cinco meses depois de ver influenciadoras americanas fazendo o procedimento.

— Espero até o quarto dia e encho um pote de silicone chamado de coletor menstrual. Depois diluo o conteúdo com um pouco de água e com um pincel ou algodão, espalho pelo rosto — explica Boliviana.

Ela diz ainda que deixa o produto agir na pele por cerca de 15 a 30 minutos e depois enxagua. Segundo a influenciadora, o resultado é imediato. — É como um Botox, deixa a pele lisa, macia e esticada. Sei que não há estudos sobre isso, mas não tenho motivos para parar porque está dando resultados e eu gosto deles— diz a influenciadora.

Segundo a dermatologista Patrícia Ormiga, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro, o sangue humano é suscetível a contaminação e proliferação de bactérias o que pode levar a danos na pele da paciente.

— Existem muitas lendas sobre o cuidado com a pele. Algumas funcionam de fato, outras não. Essa do sangue menstrual é uma delas que não existe estudo que mostre a eficácia e não há recomendações médicas. Pode haver bactérias que, dependendo das lesões que a paciente tiver no rosto, como uma espinha, ou um simples machucado, entram no organismo, causam uma dermatite, infecções, e até outros desdobramentos mais graves — explica Ormiga.

A médica ainda alerta para outras aplicações mais populares sem estudos científicos que cresce entre clientes, como o uso de folhas, plantas e cosméticos fitoterápicos. — Já atendi pacientes com queimaduras seríssimas na pele por usar produtos que não são indicados, que não tem material de pesquisa. É muito perigoso. Precisa procurar um profissional, especialista que tem o cuidado e rigor em todos os tratamentos da pele que vai prescrever e executar um tratamento adequado dentro de um consultório preparado para aquilo — diz.

A influenciadora americana Brittani LaBouff, 31, vai além e diz que usa o sangue menstrual no rosto não só pela beleza estética e por deixar a pele “suave e sedosa”, mas porque encoraja as pessoas a pensar sobre a menstruação.

— Para mim, a prática está em recuperar o meu poder. Usar meu potencial criativo e honrar a energia feminina, que é despertada para a conexão em toda a vida e todas as coisas — afirma.

Outros tratamentos

A verdade é que hoje há alguns procedimentos estéticos feitos em consultórios clínicos, com o suporte de um profissional e que há comprovações que usem o sangue humano para uma melhora da pele. A socialite Kim Kardashian, por exemplo, é uma dessas mulheres que gostam de experimentar novidades estéticas.

Ela fez o chamado plasma rico em plaquetas, ou popularmente conhecido como lifting de vampiro, que consiste em retirar uma quantidade grande de sangue do braço e com a ajuda de uma máquina, esse plasma é tratado para retirar as plaquetas. Depois, com uma agulha bem fina, o conteúdo é colocado em todo o rosto. O procedimento é feito com uma pomada anestésica para suportar a dor.

O dermatologista Alan Ost, diz que o tratamento feito pela socialite é eficaz e tem comprovação médica. Ele ainda cita outros tratamentos que tem a ação do sangue humano como forma de tratar a pele com estudos científicos.

— Temos o microagulhamento, que é um rolinho com várias agulhas de diferentes tamanhos. O de 0,5 milímetros, por exemplo é superficial, não precisa de anestesia e trata a camada da pele mais superficial, a de dois milímetros impacta uma parte mais profunda e por isso precisa passar um anestésico 30 minutos antes do procedimento. As agulhas, em contato com a pele, resultam em um pequeno sangramento. Esse sangue é limpo, não tem contaminações e podemos deixar ele agir na pele de três a cinco minutos. Ele ajuda no rejuvenescimento da pele, cicatrização da acne, em rugas medias e profundas e a dilatar os poros — explica.

Ele ainda diz que há outros meios mais modernos como o chamado “laser de Tulio”. A técnica tem as mesmas finalidades do microagulhamento, mas em vez de usar agulhas, utiliza um laser indolor sobre a pele e tem um resultado mais potente, em menor tempo, além de uma recuperação mais tranquila.

Para os dois procedimentos, entretanto, é necessário o acompanhamento de um médico ou profissional especializado para indicar qual é a melhor opção de tratamento e, claro, fazer com todos os cuidados e higiene possível.

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