Acusações

Saúde reclama de atraso da Coronavac, e Butantan ataca ‘falta de planejamento’ da pasta

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, divulgou em reunião com governadores nesta quarta (17) um cronograma em que previa entrega em fevereiro de 9,3 milhões de doses da Coronavac.

Saúde reclama de atraso da Coronavac, e Butantan ataca 'falta de planejamento' da pasta

O imunizante foi o primeiro a ser usado na campanha de vacinação contra a Covid. — Foto:Reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde e o Instituto Butantan trocaram acusações nesta quinta-feira (18) em relação aos prazos de entrega da vacina Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo instituto paulista.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, divulgou em reunião com governadores nesta quarta (17) um cronograma em que previa entrega em fevereiro de 9,3 milhões de doses da Coronavac.

O total, porém, estava acima do que havia sido anunciado horas antes pelo Butantan. O instituto prevê entregar 426 mil doses por dia a partir do dia 23 -o que corresponderia a 2,6 milhões de doses.

Somado a outras doses já entregues no início deste mês, o total disponibilizado em fevereiro chegaria a 3,7 milhões.

Em nota , o ministério afirma que “contava com a entrega” das 9,3 milhões de doses e foi informado apenas nesta quinta que receberá valor menor do que o previsto. “A redução no número de vacinas quebra a expectativa do Ministério da Saúde de cumprir o cronograma divulgado”, informa.

A pasta diz ainda que a dificuldade em manter o cronograma inicial “está em o Butantan conseguir cumprir as entregas das doses previstas em contrato”.

“Diante da situação, o Ministério da Saúde precisará rever a distribuição das doses das vacinas relativas ao mês de fevereiro”, aponta a pasta, que diz que já havia informado estados e municípios da previsão de distribuição.

“Fica muito difícil planejar sem ter a confirmação de que vamos receber”, disse em vídeo divulgado pelo ministério o secretário-executivo Elcio Franco.

As declarações geraram incômodo no instituto paulista, que divulgou uma nota em resposta na qual afirma que o ministério “ignora briga com a China e decide atacar o Butantan”.

Segundo o laboratório, o ministério “deixa de informar que o desgaste diplomático causado pelo governo brasileiro em relação à China provocou atrasos no envio da matéria-prima necessária para a produção da vacina”.

Diz ainda que não houve empenho do governo federal na negociação para liberar os insumos e atribui a intervenções do governo paulista o aval para a liberação.

“É inacreditável que o Ministério da Saúde queira atribuir ao Butantan a responsabilidade pela sua completa falta de planejamento, que acarretou a falta de vacinas para a população em diversos municípios do país”, completa.

Ainda segundo o instituto, 9,8 milhões de doses já foram entregues ao ministério para a campanha de vacinação.

Essa, porém, não é a primeira vez que membros do governo e o Butantan trocam farpas em relação à Coronavac. No último ano, a vacina esteve no centro de uma disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador paulista, João Doria (PSDB-SP).

Em outubro, o ministério chegou anunciar que compraria 46 milhões de doses da vacina, mas recuou no dia seguinte após o presidente afirmar que não permitiria a compra da “vacina chinesa do Doria”.

Após meses de embate, o contrato foi firmado em janeiro. Atualmente, o Ministério da Saúde prevê receber 100 milhões de doses da Coronavac.

O imunizante foi o primeiro a ser usado na campanha de vacinação contra a Covid. Nesta quinta, a pasta enviou um ofício ao Butantan em que manifesta a intenção de obter mais 30 milhões de doses a partir de outubro.

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