Infecção

Varíola dos macacos: entidades criticam estigma a homossexuais

A monkeypox, como é conhecida internacionalmente, não é uma infecção sexualmente transmissível, embora possa se espalhar pelo contato íntimo durante as relações sexuais.

Varíola dos macacos: entidades criticam estigma a homossexuais

A infecção é transmitida a partir das feridas, fluidos corporais e gotículas de uma pessoa doente. — Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

A contaminação pela varíola dos macacos vem se espalhando pelo mundo e trazendo um problema já observado historicamente, quando surgiram os primeiros casos de HIV. Chamada na década de 80 por diversos nomes pejorativos relacionados a homossexualidade, a Aids carregou por anos essa estigmatização.

No último dia 1º, um editorial publicado na Revista Brasileira de Enfermagem alerta para a repetição desse risco, pois o olhar discriminatório ao paciente contaminado com a varíola dos macacos pode prejudicar o tratamento, protelando o seu diagnóstico e até mesmo a procura por cuidados com a saúde.

“O fato de relacionar a orientação sexual com o vírus Monkeypox não faz qualquer sentido, já que existem opções de comunicação que se podem mostrar igualmente efetivas, como, por exemplo, focar na prática de relações sexuais entre indivíduos infectados, sem categorizar sexualidades ou práticas em específicos, assumindo uma posição globalizada das ações sanitárias e de controle epidemiológico”, diz o texto.

A própria agência das Nações Unidas para a Aids mostrou preocupação com o fato de a mídia ter reforçado estereótipos homofóbicos e racistas na divulgação de informações em torno da varíola dos macacos.

Saiba mais

Doença

A monkeypox, como é conhecida internacionalmente, não é uma infecção sexualmente transmissível, embora possa se espalhar pelo contato íntimo durante as relações sexuais, quando existe erupção cutânea ativa.

A infecção é transmitida a partir das feridas, fluidos corporais e gotículas de uma pessoa doente. Isso pode ocorrer mediante contato próximo e prolongado sem proteção respiratória, contato com objetos contaminados ou contato com a pele.

Foi o que ocorreu com o professor de inglês Peter Branch, de 48 anos. Ele e seu companheiro moram na capital paulista e foram infectados pela doença. O britânico, que vive no Brasil há mais de 9 anos, queixa-se do preconceito envolvendo a enfermidade.

“Fomos infectados indo a um bar heterossexual. Acho que o mais grave é que homens e mulheres heterossexuais não estão prestando atenção aos sintomas e, portanto, infectando os outros também”, disse. “O que incomoda é que as pessoas pensam que isso é só na comunidade gay”, completou.

Ele conta que apresentou febre, dor de cabeça, cansaço, e que as lesões surgiram depois. Ele recebeu atendimento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. “As manchas doeram um pouco, o chato foi o isolamento, não poder brincar com meus cachorros”. Peter já se sente bem e acompanha a recuperação de seu companheiro.

COMPARTILHE

Bombando em Saúde

1

Saúde

“O treino de hoje tá pago”: cantor Flávio José surpreende web ao surgir em vídeo fazendo academia

2

Saúde

Hospital de Bananeiras realizará mais 300 cirurgias no próximo final de semana

3

Saúde

Apenas 22% do público-alvo se vacinou contra a gripe

4

Saúde

Nova vacina contra a covid-19 deve começar a ser aplicada no Brasil em 15 dias

5

Saúde

Comissão da Saúde aprova projeto de construção do Hospital de Trauma do Sertão; unidade terá mais de 200 leitos