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Astrônomo brasileiro registra impacto de bólido celeste na região equatorial do planeta Júpiter

Um astrônomo amador brasileiro acaba de realizar um feito histórico e inédito: ele registrou, pela primeira vez no Brasil, o impacto de um asteroide com o planeta Júpiter.

O impacto de meteoroides e pequenos asteroides com planetas do Sistema Solar não é algo tão difícil de ocorrer. Aqui na Terra, praticamente todos os dias, vemos notícias de belos meteoros e bólidos que são gerados pela passagem desses corpos por nossa atmosfera.

Mas esse tabu foi quebrado pelo brasileiro José Luis Pereira, de São Caetano do Sul, SP. José Luis é astrônomo amador e desde 2018 monitora Júpiter sistematicamente, na expectativa de registrar algum impacto no gigante gasoso. E o prêmio por sua dedicação e persistência veio às 19h39 da noite deste 13 de setembro de 2021.

Quando impactam a Lua, que não tem atmosfera, até mesmo uma rocha espacial do tamanho de um limão atinge diretamente sua superfície, gerando um flash luminoso que pode ser visto aqui da Terra. Mas, observar um impacto em outros planetas, a centenas de milhões de quilômetros de distância, é algo muito mais raro, e até o último dia 13 de setembro, nunca havia sido observado a partir do Brasil.

No momento em que preparava o telescópio e ajustava o foco em Júpiter, José Luis percebeu um flash luminoso no planeta. De imediato, ainda ficou na dúvida se seria mesmo um impacto. Felizmente, o astrônomo já estava gravando as imagens e, quando foi conferir posteriormente, constatou que o flash tinha todas as características de um impacto. Mais do que isso, aquele era o primeiro impacto em Júpiter registrado a partir do Brasil.

José Luis trabalha agora no processamento das imagens para extrair mais informações a respeito do impacto, como o tamanho e a massa do asteroide. Um alerta também já foi enviado para astrônomos do mundo todo para que verifiquem se tem imagens gravadas do planeta no mesmo horário e que podem ter registrado o mesmo impacto flagrado pelo brasileiro.

Franceses confirmaram impacto

Uma detecção adicional por um grupo de amadores franceses em St Veran, França, usando um telescópio de 62 cm mostra o impacto de forma muito clara e confirma totalmente a detecção inicial por Jose Luis Pereira.