Escândalo

Fundador do Facebook diz que está disposto a testemunhar no Congresso sobre o caso Cambridge Analytica

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook lamentou escândalo envolvendo dados vazados de mais de 50 milhões de usuários, que não deveria ter confiado na empresa Cambridge Analytica e que a rede social vai trabalhar para impedir interferência em próximas eleições

Fundador do Facebook diz que está disposto a testemunhar no Congresso sobre o caso Cambridge Analytica

Mark Zuckerberg afirma que está disposto a testemunhar no Congresso sobre vazamento das informações dos usuários — Foto:Reprodução

Segundo uma entrevista dada à rede americana CNN, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, disse que está disposto a testemunhar no Congresso sobre o caso Cambridge Analytica.

Zuckerberg lamentou o escândalo envolvendo dados vazados de mais de 50 milhões de usuários  e que não deveria ter confiado na empresa, quando a mesma afirmou que teria deletado os dados.

“A resposta curta é, fico satisfeito [em testemunhar] se essa for a coisa certa a se fazer”, disse o fundador do Facebook. “O que tentamos fazer é enviar a pessoa do Facebook que terá o maior conhecimento. Se sou eu, então fico satisfeito em ir”, disse.

O vazamento de dados de mais de 50 milhões de usuários, usados pela empresa  de consultoria britânica Cambridge Analytica, contratada pela campanha presidencial de Donald Trump em 2016, está sendo investigado pelo Facebook.

As informações foram obtidas pela companhia em 2014 e foram usadas para construir uma aplicação destinada a prever as decisões dos eleitores e influenciar sobre elas, segundo revelaram os jornais “London Observer” e “New York Times”. 

Entenda o caso 

A investigação acontece nos EUA e no Reino Unido.

Nesta quarta-feira (21),  Zuckerberg, divulgou um comunicado reconhecendo o erro da empresa, quando permitiu que os dados dos usuários fossem compartilhados e anunciou que a companhia vai aprimorar suas ferramentas de segurança e auditar os aplicativos parceiros.

Na mesma entrevista à CNN, o fundador do Facebook, disse que lamenta o que classificou como “enorme quebra de confiança” e afirmou que a rede social vai trabalhar para impedir interferência em próximas eleições, como na Índia e no Brasil.

“Isso foi uma enorme quebra de confiança, e lamento de verdade que isso tenha acontecido”, disse. “Temos a responsabilidade básica de proteger os dados das pessoas e se não conseguimos fazer isso, então não merecemos ter a oportunidade de servir as pessoas”.

“Há um trabalho muito duro que precisamos fazer para dificultar que nações, como a Rússia, interfiram em eleições, que trolls espalhem notícias falsas. Temos a responsabilidade de fazer isso, não só para as eleições de meio de mandato nos EUA. Há uma grande eleição na Índia nesse ano, há uma grande eleição no Brasil. Pode apostar que estamos muito comprometidos em fazer tudo o que pudermos para garantir a integridade dessas eleições no Facebook”, disse.

Em 2015, o Facebook recebeu uma certificação da empresa que teria deletado todos os dados dos usuários que tinha adquirido de maneira inapropriada. Zuckerberg disse que se arrependeu de ter confiado na Cambridge Analytica, quando o caso chegou ao conhecimento do Facebook. 

“Estou acostumado que quando as pessoas certificam legalmente que vão fazer alguma coisa, que elas façam isso. Mas em retrospecto acho que claramente isso foi um erro”, afirmou.

Impacto nas eleições

Indagado sobre o impacto do Facebook nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA, Zuckerberg disse que não consegue fazer uma avaliação sobre o tamanho do impacto que teve.

“O que está claro é que em 2016 não estávamos tão à frente de uma série de questões como deveríamos estar, se houve uma interferência russa ou notícias falsas”, disse.

Nos EUA, o procurador especial Robert Mueller investiga uma suposta interferência de russos para favorecer Donald Trump nas eleições de 2016.

Mark Zuckerberg disse ainda que tem certeza de que outros atores estão tentando se intrometer nas eleições legislativas deste ano nos EUA. “Tenho certa que alguém está tentando, certo? Tenho certeza de que há uma versão dois (V2), de qualquer que tenham sido os esforços dos russos em 2016. E haverá algumas táticas novas que precisamos observar e chegar na frente”, afirmou.

“O que vemos é muitas pessoas tentando provocar uma divisão. Essa foi uma enorme tática que vimos os russos tentando usar nas eleições de 2016. Na verdade, pelo o que podemos afirmar, a partir dos dados que temos, a maior parte do que eles fizeram não foi diretamente sobre as eleições, era mais sobre dividir as pessoas”, disse.

Medidas de segurança

O fundador do Facebook também falou sobre novas medidas de segurança que serão adotadas pela rede social e que foram anunciadas em seu comunicado divulgado mais cedo:

• Investigação de aplicativos que tiveram acesso a grandes quantidades de informações de usuários antes da alteração na plataforma feita em 2014;

• Realização de auditoria em aplicativos que tiverem atividade considerada suspeita;

• Todos os desenvolvedores terão de concordar em receber auditoria ou serão banidos da plataforma;

• Caso sejam identificadas más práticas, uso das informações coletadas por parceiros será proibido e Facebook vai informar as pessoas afetadas – isso inclui usuários afetados no caso Cambridge Analytica;

• Facebook vai impedir que aplicativos não usados por mais de 3 meses acessem a dados de usuários;

• Dados informados a um aplicativo ao fazer login será restrito a nome, foto do perfil e email;

• Desenvolvedores precisarão de aprovação e também de contrato assinado para ter acesso a postagens e dados privados de usuários;

• No próximo mês, Facebook vai mostrar na parte superior do feed de notícia quais apps foram usados e como revogar as permissões dadas a eles.

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