Alta precisão

Vídeo e fotos em 3D mostram versão mais detalhada do novo coronavírus

Faz pelo menos três meses que você ouve falar do novo coronavírus, que provoca a covid-19. Você tem ideia de como esse vírus, o SARS-CoV-2, é visualmente? O estúdio especializado em visualizações biomédicas Visual Science desenhou, com a ajuda de computadores, a versão mais detalhada e cientificamente precisa do novo coronavírus, que mede 1/1000 de um fio de cabelo.

Os designers conseguiram “dar cara” ao vírus que provoca a doença com base nas pesquisas mais recentes sobre a estrutura dele, feita por virologistas envolvidos nas pesquisas para mapeá-lo.

O estúdio usou as mesmas técnicas de bioinformática estrutural usadas na pesquisa e no desenvolvimento de medicamentos para acabar com esse vírus. Antes do novo coronavírus, o estúdio tinha mapeado e desenhado com precisão os modelos de vírus do HIV, influenza A/H1N1, Ebola, papiloma e zika.

Nessas imagens do novo coronavírus, as cores mais vibrantes ou brilhantes mostram as proteínas codificadas pelo genoma viral. Já os tons de cinza correspondem às estruturas retiradas pelo vírus da célula hospedeira, no caso, células humanas saudáveis. “Assim, enfatizamos a natureza parasitária e não autônoma dos vírus”, destaca o estúdio.

O estúdio Visual Science criou com precisão um modelo que mostra a estrutura do novo coronavírus. Nesta imagem, você vê um recorte da membrana do vírus, bem como um fragmento do núcleo

Os modelos e visualizações criados pela equipe do estúdio já ganharam prêmios da revista Science e da National Science Foundation e foram apresentados em importantes veículos de comunicação como Nature Medicine, The New York Times, The Washington Post, Scientific American, Wired UK, Der Spiegel, Stern e National Geographic.

A estrutura do vírus conta com partículas pleiomórficas, o que significa que a forma do virião pode variar. No entanto, a maioria das partículas é oval ou esférica, com diâmetros variando entre 50 e 150 nanômetros.

A superfície do novo coronavírus conta com proteínas “spike” (uma espécie de gancho ou espinho), que formam estruturas triméricas que se fundem com a célula hospedeira, iniciando a infecção.

Esse esboço digital do novo coronavírus deverá ajudar cientistas de todo o mundo a desenvolver uma vacina eficaz contra o vírus, bem como testar medicamentos já existentes que funcionem contra a covid-19.