
Monark (Foto: reprodução)
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) — A Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) rompeu o contrato de transmissão dos jogos de seu campeonato estadual com os Estúdios Flow, responsável pelo Flow Podcast, depois que o apresentador Monark fez um comentário no qual defendia a existência de um partido nazista no Brasil.
As transmissões da edição deste ano do estadual carioca eram realizadas pelo Flow Sport Club, braço esportivo dos Estúdios Flow.
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“A Ferj, defensora da igualdade, do respeito e contrária a qualquer tipo de preconceito, anuncia o rompimento do contrato com o Estúdios Flow, responsável pelo podcast Flow Sport Club que transmitia jogos do Campeonato Carioca de 2022, por apologia ao nazismo, regime cujos crimes contra a humanidade até os dias de hoje causam horror a qualquer um que preze pela vida”, escreveu a entidade em nota publicada nesta terça-feira (8).
O comentário do apresentador foi feito na segunda (7), em entrevista com os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB).
“A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião “, disse Monark. “Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei.”
Tabata Amaral rebateu o podcaster. A rejeição ao comentário de Monark, porém, não se limitou apenas à fala da deputada no programa.
Junior Coimbra, filho de Zico, informou que seu pai cancelou a ida ao Flow Sport Club. O ídolo flamenguista tinha uma participação no podcast marcada para esta terça.
“Meu pai iria sim participar hoje à tarde do Flow Sports Club, mas ele cancelou assim que assistiu ao vídeo. Não precisou muito…”, publicou Junior no Twitter.
Comentarista da ESPN e especialista em esportes americanos, Antony Curti participaria do podcast na sexta-feira (11), mas também cancelou sua entrevista.
“Ante o que aconteceu ontem (segunda), não irei ao Flow Sport Club na sexta-feira. Espero que entendam. Obrigado”, postou o jornalista.
O apresentador Benjamin Back, do SBT, comentou em suas redes sociais que gostaria de ter o episódio no qual participou do Flow Sport Club retirado do ar. Back, que é judeu, teve o pedido atendido.
“Se eu soubesse que vocês apoiam o nazismo, jamais teria participado desse podcast! Inclusive, gostaria que o meu episódio fosse retirado do ar, pois não compactuo com esse tipo de pensamento. Triste de saber que vocês pensam assim, tolerar e apoiar o nazismo é inadmissível”, disse o apresentador.
No Brasil, o crime de apologia do nazismo é normalmente enquadrado no artigo 20 da lei 7.716 de 1989, que prevê pena de dois a cinco anos de reclusão para quem fabrica, comercializa, distribui ou veicula símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica para divulgar o nazismo.
