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Facebook, Google e Twitter se defendem de acusações de censura no Senado dos EUA

Senadores republicanos argumentam que as empresas de tecnologia não são imparciais e apagam seletivamente opiniões conservadoras de suas plataformas.

Facebook, Google e Twitter se defendem de acusações de censura no Senado dos EUA

Twitter, Google e Facebook participam de audiência no Senado dos EUA nesta quarta (28) — Foto:Jose Luis Magana, LM Otero, Jens Meyer/AP Photo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) — Os presidentes do Google, Twitter e Facebook voltaram nesta quarta (28) a depor no Senado norte-americano sobre a moderação de conteúdo em suas plataformas, na esteira de acusações de censurarem conteúdo e, ao mesmo tempo, não se responsabilizarem pela difusão de fake news e discursos de ódio.

Durante quase quatro horas, Jack Dorsay, do Twitter, Mark Zuckerberg, do Facebook e Sundar Pichai, da Alphabet (proprietária do Google), foram bombardeados de forma remota por 26 senadores democratas e republicanos. A audiência foi pausada por alguns minutos no começo, porque Zuckerberg não conseguiu se conectar à teleconferência.

Senadores republicanos argumentam que as empresas de tecnologia não são imparciais e apagam seletivamente opiniões conservadoras de suas plataformas. Já democratas acham que a empresa não faz o suficiente ao moderar comentários, priorizando conteúdo incendiário que polariza opiniões e fomenta a violência.

A discussão tem por base a Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, criada há duas décadas e que exime as plataformas de responsabilidade pelo conteúdo dos usuários. No entanto, as redes sociais têm sido pressionadas por usuários, empresas e políticos a atuarem no combate a fake news e ao discurso de ódio.

O senador republicano Cory Gardner, por exemplo, citou ocasiões em que o Twitter rotulou como falso posts do presidente Donald Trump, mas não fez o mesmo com tuítes que negam o holocausto ou ameaças a Israel, feitas pelo aiatolá iraniano Ali Khamenei.

“Sua plataforma censura o presidente dos Estados Unidos, mas permite que ditadores internacionais postem propaganda”, argumentou.

Também republicana, a senadora Marsha Blackburn pontuou que o Twitter censurou o presidente 64 vezes, enquanto não o fez nenhuma vez com o russo Vladimir Putin. Dorsay contra-argumentou que os tuítes não foram apagados pela plataforma, mas marcados como falsos.

Outro ponto lembrado pelos senadores foi o de que, no começo do mês, Facebook e Twitter controlaram o compartilhamento de uma matéria do jornal “New York Post”, contendo acusações não confirmadas a Hunter Biden, filho do candidato democrata à presidência, Joe Biden. A ação das redes foi criticada e elas voltaram atrás na medida.

Em um dos momentos mais tensos, o senador republicano Ted Cruz questionou de forma exaltada: “Quem raios elegeu vocês para decidir o que a mídia pode ou não noticiar e o que o povo americano pode ouvir?”.

Os executivos do Twitter e do Google, por sua vez, alertaram sobre possíveis mudanças na Seção 230. “Minar a lei pode resultar em ainda mais conteúdo sendo removido e impor limitações severas na nossa habilidade coletiva de lidar com conteúdo prejudicial e proteger as pessoas online”, disse Dorsey.

Ele defendeu como solução, por exemplo, que usuários da rede tenham autonomia na escolha de algoritmos que filtram os conteúdos, podendo, inclusive, usar algoritmos de terceiros.

Já Zuckerberg falou em atualização da lei. “O Congresso deveria fazer isso para se certificar de que a lei funciona como previsto. Não acho que empresas de tecnologia deveriam estar tomando decisões sobre questões tão importantes sozinhas.”

A presença dos presidentes de big techs no Congresso americano tem se tornado frequente, conforme as preocupações em torno de temas como privacidade, liberdade de expressão e polarização aumentam. Esse foi o quinto depoimento de Zuckerberg, e o terceiro de Sundar Pichai e Jack Dorsey.

A audiência aconteceu a menos de uma semana das eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para o dia 3 de novembro, o que foi criticado pelos democratas. Eles argumentam que isso pode beneficiar Trump. “Estamos politizando uma questão que não deveria ser partidária”, criticou a senadora democrata Amy Klobuchar.

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