Tragédia

Brumadinho ainda tem 37 desaparecidos, três meses após rompimento da barragem da Vale

Até o momento, 233 mortos foram identificados pelo Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil de Minas Gerais.

Brumadinho ainda tem 37 desaparecidos, três meses após rompimento da barragem da Vale

No dia 25 de janeiro deste ano, a barragem da Mina Córrego do Feijão se rompeu, devastando a região e contaminando o Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São Francisco. — Foto:Reprodução

O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, completa três meses nesta quinta-feira (25). Até o momento, 233 mortos foram identificados pelo Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil de Minas Gerais. Outras 37 famílias continuam esperando que seus entes sejam encontrados pelo Corpo de Bombeiros.

No dia 25 de janeiro deste ano, a barragem da Mina Córrego do Feijão se rompeu, devastando a região e contaminando o Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São Francisco. Os rejeitos destruíram a área administrativa da mineradora, incluindo o refeitório, onde muitos trabalhadores almoçavam na hora do rompimento.

A usina ITM de beneficiamento também foi atingida, assim como vagões de trens e veículos que estavam na empresa. Após varrer a mineradora, a lama atingiu comunidades de Brumadinho destruindo casas e propriedades rurais.

A Vale se comprometeu a pagar integralmente as verbas rescisórias às famílias dos trabalhadores mortos. Para os parentes dos desaparecidos, foi prometida a quitação dos salários. No entanto, famílias dizem que a mineradora ainda não pagou todos os benefícios. Nesta quarta-feira (24), uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho rediscutiu o pagamento de pensões. A Vale disse que vai comprovar que depósitos já foram feitos.

Veja os desaparecidos:

  • Angelita Cristiane Freitas de Assis – Aos 37 anos, Angelita é funcionária do setor de medicina do trabalho da Vale. Casada há quase 20 anos, tem dois filhos, de 15 e 13 anos.
  • Aroldo Ferreira de Oliveira – trabalhava como técnico de mecânica há 32 anos na Vale e tem 54 anos. No momento do rompimento da barragem, estava na oficina da mineradora. Tem dois filhos já adultos e é avô de uma menina de 9 anos.
  • Bruno Rocha Rodrigues – Bruno se formou em 2018 em engenharia de produção. Fez estágio na Vale por dois anos até ser contratado como técnico de processamento. Aos 26 anos, ele e a mãe viviam em Mário Campos, cidade vizinha a Brumadinho.
  • Carlos Roberto Pereira – O encarregado de almoxarifado, de 61 anos, trabalhava como terceirizado na mina. Carlos Roberto entrou em contato com a esposa minutos antes de a barragem se romper. Ele vivia com ela e dois filhos em Brumadinho.
  • Cristiane Antunes Campos
  • Cristiano Jorge Dias – Aos 42 anos, Cristiano Jorge trabalhava na mina como funcionário da Reframax, uma das empresas que prestavam serviço para a Vale no Córrego do Feijão.
  • Cristiano Serafim Ferreira – Cristiano era casado e trabalhava em uma terceirizada da Vale há quase dois anos.
  • Elizabete de Oliveira Espindola Reis – Elizabete é casada, tem 49 anos e trabalhava na cozinha da Vale como açougueira. Era contratada pela terceirizada Sodexo há cerca de quatro anos.
  • Evandro Luiz dos Santos – Ele trabalhava como técnico em manutenção de máquinas pesadas na mineradora e tem 50 anos. Deixa esposa e duas filhas. Segundo a família, Evandro Luiz dos Santos é uma pessoa dedicada ao trabalho e temente a Deus.
  • Geraldo de Medeiro Filho – Aos 49 anos, trabalhava com manutenção na terceirizada Manserv. Naquele dia, foi visto entrando no refeitório da Vale. É descrito pela família como um homem animado, que gosta de tocar violão e assistir aos jogos do Galo. Divorciado, tem um filho de 11 anos.
  • João Paulo Altino – Aos 35 anos, é funcionário da empresa Sotreq, que prestava serviços para a Vale na mina. A família acredita que ele estaria no refeitório no momento do rompimento.
  • João Paulo Ferreira de Amorim Valadão – Aos 30 anos, trabalhava havia sete meses na mina como empregado na empresa terceirizada Busato. Casado há 8 anos, tem uma filha de 5 anos.
  • João Tomaz de Oliveira – Aos 46 anos, trabalhava na mina há cinco como motorista da empresa JSL, que prestava serviço para a Vale. Casado há quase 20 anos, tem dois filhos e mora em Sarzedo, na Grande BH.
  • Juliana Creizimar de Resende Silva 
  • Lecilda de Oliveira – É analista de operação da Vale.
  • Luciano de Almeida Rocha – É técnico de operações da Vale.
  • Luis Felipe Alves – Engenheiro de produção, de 30 anos, é natural de Jundiaí, no interior de SP. Trabalhava havia menos de três meses em Brumadinho, no setor administrativo da Vale.
  • Luiz Carlos Silva Reis – Aos 42 anos, trabalhava há 14 anos na Sotreq, empresa que presta serviços para a Vale. Ele ia à mina quase toda semana e estava no local no momento da tragédia. Casado há 7 anos, tem um filho de 5.
  • Manoel Messias Sousa Araujo – Morador da região atingida pelo desastre, ele tem 57 anos.
  • Maria de Lurdes da Costa Bueno – Aos 59 anos, ela viajava com a família para Brumadinho e estava na pousada que desapareceu com o mar de lama.
  • Max Elias de Medeiros – Funcionário da Vale, trabalhava na mina no momento em que a barragem se rompeu. É volante do Canto do Rio Futebol Clube, time de futebol amador de Brumadinho.
  • Miraceibel Rosa – Aos 38 anos, trabalhava como funcionário terceirizado da Vale havia cerca de uma semana na mina. Natural de Mariana e solteiro, toca tarol em uma banda de um distrito da cidade.
  • Nathalia de Oliveira Porto Araujo – Segundo parentes, tem 25 anos e trabalha na Vale. É casada e tem dois filhos.
  • Nilson Dilermando Pinto – Trabalhava na mina do Córrego do Feijão.
  • Noel Borges de Oliveira – Natural de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), é funcionário de uma empresa que prestava serviços para a mineradora Vale.
  • Renato Eustáquio de Sousa – O soldador e mecânico trabalhava na Vale há nove anos e completaria 32 anos no dia 14 de março. Em uma união estável, tem duas filhas e, segundo a família, raramente era visto triste. No dia do rompimento, passava por um treinamento na Mina Córrego do Feijão para ser promovido.
  • Rodrigo Miranda dos Santos – Rodrigo Miranda tem 30 anos, é casado e tem uma filha. Era montador terceirizado da Vale.
  • Rogério Antonio dos Santos
  • Tiago Tadeu Mendes da Silva – Funcionário da Vale, estaria no refeitório da mina no momento em que barragem se rompeu, de acordo com parentes.
  • Vagner Nascimento da Silva – Aos 39 anos, é funcionário da Vale há 13 e trabalha como operador de máquinas. Morador de Brumadinho, é casado e tem uma filha de 16 anos.

Veja a seguir outros desaparecidos. No caso deles, a família não quis falar com a imprensa ou nenhum parente foi localizado.

  • Carlos Henrique de Faria
  • Elis Marina Costa
  • Emerson José da Silva Augusto
  • João Marcos Ferreira da Silva
  • Olímpio Gomes Pinto
  • Robert Ruan Oliveira Teodoro
  • Uberlandio Antônio da Silva

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